O peixe morre pela boca e respira pelas guelras

Político que se preze tem que ser um pouco peixe, (bagre ensaboado); um pouco anfíbio, (dar seus pulos); um pouco ave, (mudar de ninho se necessário); um quê de animal, (deixar aflorar os instintos mais primitivos); e um pouco humano, (mentir, chorar, rir, prometer, não cumprir, e outras qualidades quetais). O político que preencher esses requisitos, com certeza terá um brilhante futuro pela frente, leia-se, Sarney, Maluf, Quércia, Collor e outros tantos.

A capacidade de viver nos mais diversos e inóspitos ambientes é o que torna o político um ser humano notável, muito acima de seus semelhantes.

O político verdadeiro, mesmo jovem, não se deixa apanhar em armadilhas de jornalistas que ficam dias elaborando duas ou três perguntas para por em cheque o mais resistente e preparado dos seres humanos, ele tem na ponta da língua todas as respostas para qualquer pergunta que ouse embaraçá-lo, e sempre se sai bem com o eleitorado que pretende atingir com suas respostas.

Vez por outra, entretanto, até o mais astuto e preparado desses incríveis seres, escorregam no vernáculo e propiciam aos adversários munição para atacá-los por longo tempo.

Ex. Paulo Maluf- “Está com vontade sexual, estupra, mas não mata”; Marta Suplicy – “Relaxa e Goza”; Dedé da Folha sobre sua queda nas pesquisas –“Não vou ser bobo de falar que o problema jurídico não influenciou…”

Um bom político jamais aceita como confiável qualquer pesquisa que diminua seus números, respondendo no mínimo que a verdadeira pesquisa se fará nas urnas. A resposta de Dedé demonstra o quanto está despreparado para a disputa, jogando a toalha logo no primeiro knock down, abrindo espaço para o crescimento dos adversários.

Gazeta

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