Uma pauta constantemente discutida por inúmeros especialista tem sido o caos gerado em nosso planeta frente ao desenvolvimento humano e o consumo de recursos naturais não renováveis. A falta de destino correto para todo o descarte gerado pelo homem afeta a natureza e sua recomposição. Segundo o pesquisador Carlos Espoz Hidalgo, que há mais de 20 anos estuda o problema, não estamos acompanhando o correto equilíbrio com o meio ambiente.
Após anos de pesquisa e pensando em solucionar esse problema, Hidalgo desenvolveu um sistema que promove um aproveitamento racional do descarte (lixo em geral) em toda sua extensão. O pesquisador estabeleceu uma forma de classificar os estágios dos Tratamentos dos RSU (Resíduos Sólidos Urbanos). “O estudo começa na base, no estágio mais primário do descarte, o Aterro. Depois segue para a Cogeração (incineração, gaseificação). Neste estágio o esforço é diminuir ou sumir com os resíduos”, explica o professor. Para ele, a sobra da queima (cerca de 12% do total de material) deve receber um destino correto e pode muito bem ser aproveitado, uma vez que elas contém traços de metais pesados e outros elementos.
Pensando em todo o processo de destino do lixo, seja reciclável ou o “natural”, Carlos Espoz bolou a planta de uma estação de coleta onde 100% do lixo recebido é reciclado, virando combustível para diversos tipos de utilidades. ”O grande avanço de forma inquestionável é não queimar, ou seja, aproveitar em todo o ciclo do Tratamento dos RSU de tecnologias mais refinadas desenvolvidas para separar tudo que entra na planta, como resíduos orgânicos ou inorgânicos, para depois os transformar em matéria prima de geração de energia e produtos acabados, como o vidro, pisos, azulejos, utensílios para banheiro, papel, plásticos, artefatos para o lar, metais de vasta aplicação”, esclarece Carlos.
Resumindo, Hidalgo desenvolveu um sistema inovador capaz de coletar todo o lixo produzido em um determinado local e transformá-lo em uma série de futuras matérias-primas que vão gerar produtos acabados e energia, além de fertilizante orgânico de excelente qualidade.
Um município como Ribeirão Pires poderia ganhar muito caso resolvesse investir nesse tipo de tratamento de resíduos. Hidaldo explica: “Pela rota geramos gás em maior quantidade que o normal, o qual será destinado ao complexo fabril da planta de resíduos e o excedente em forma de gás ou energia elétrica, será ofertada a Prefeitura a valor simbólico para atender a população carente. Os restos inertes podem ser convertidos em argamassas ou cerâmicas de utilidade, tornando projeto autossustentavel, o que acaba gerando lucro para a Prefeitura”.
Esse sistema ainda não é uma realidade aplicada em um local específico, porém, quem materializar o sistema, estará criando um legado. A Administração que aderir, estará prestigiando e desenvolvendo o município. A figura do gestor (prefeito) será perpetuada pela visão do respeito ao homem e o meio ambiente.