Norma Prisco: a eterna primeira-dama de Ribeirão Pires

“Por trás de um grande homem, sempre há uma grande mulher”. Esta frase, embora clichê, é comprovada dia após dia por mulheres como Norma Prisco, a eterna primeira dama de Ribeirão Pires.

 Dona Norma, ao lado de seu marido, Valdírio

Dona Norma, ao lado de seu marido, Valdírio

Esposa do saudoso Valdírio Prisco, prefeito da cidade por 14 anos, Dona Norma tem sua história ligada com a da cidade: “sou de Santos, mas frequentava Ribeirão desde menina, pois tinha padrinhos que vinham para cá. Lembro muito das maravilhosas quermesses da Igreja Matriz”, conta, lembrando que “os santistas sempre vinham para passar temporada por conta do clima”.

E, foi por meio dos amigos da cidade que conheceu seu marido: “certa vez, com 23, 24 anos vim para a cidade e era o dia do noivado da Matilde Portela. O Duílio Dicieri me convidou para o casamento de uma parente e, como ele iria com a noiva, arrumou uma companhia para mim. E adivinha quem era? O Valdírio”. Casaram-se dois anos mais tarde, em 1958, quando tinham 26 anos. Em 1972, com a primeira eleição vitoriosa, tornou-se a primeira dama da cidade. Mas engana-se quem pensa que esse foi seu primeiro contato com a política: “Meu pai era Getulista (fã de Getúlio Vargas). Eu lembro que era menininha, com 3, 4 anos e ele colocou uma bandeirinha do Brasil na minha mão falando: ‘o carro do presidente vai passar’. Então desde sempre tive contato com a política”

Como primeira dama, Norma Prisco também foi parceira da cidade: “Aprendi a gostar de Ribeirão Pires com Valdírio, uma pessoa que tinha um amor imenso por essa cidade. Ele era fanático, dizia que esta era a melhor cidade do mundo e sempre quis o melhor para ela. Aprendi a fazer o papel de primeira dama, bem feito, por meu marido gostar tanto de Ribeirão Pires”.

O amor se mostrou no trabalho e na dedicação. “Enquanto ele administrava a cidade, eu estava na Promoção Social. Ribeirão Pires ainda era pequenina, tinha 35 mil habitantes. Então dava para controlar. Hoje teve esse fluxo, inchou de repente. Lembro que, na primeira gestão, montamos uma farmácia gratuita e chegamos a ter a visita de Dona Lila Byngton (esposa do ex-governador Paulo Egydio) para conhecê-la”.

A experiência adquirida também resultou na fundação de uma entidade importantíssima para a cidade, a ARIS (Associação Ribeirãopirense para a Integração Social), que já auxiliou milhares de pessoas. Dona Norma conta que hoje seria mais complicado para montá-la: “quando montei a ARIS, tínhamos muitas senhoras voluntárias, chegamos a ter quarenta delas trabalhando. Ficamos meses trabalhando para fundá-la. Chamei as senhoras da sociedade e todas aceitaram. Hoje está mais difícil. Os idosos, as pessoas de mais idades, estão trabalhando ou ajudando a criar os netos. O voluntariado quase não existe mais. Acabou porque o mundo mudou. Tenho medo que a ARIS acabe, pois, essas pessoas faleceram”.

A primeira dama

Muitos em Ribeirão Pires dizem que nunca houve – e nem haverá – primeira-dama como Norma Prisco. Questionada sobre essa afirmação, ela mantém a humildade e diz que “se Deus quiser, haverá sim”.

Mas é uma missão que demanda responsabilidades e que, nos dias atuais, não está tão valorizada: “Acho estranho hoje em dia que a pessoa, quando tem a sorte de conseguir uma posição não aproveita a oportunidade. Eu aproveitei e assim fiz o bem para minha cidade. Se eu tive sorte de meu marido ser eleito pelo povo, eu tenho que acompanhar, lutar por recursos para o município. Se seu marido é prefeito, vá com tudo, aproveite e faça o melhor pela sua cidade. Eu pensava que tinha de ajudar, trabalhar junto com ele, fazer minha parte em prol de Ribeirão Pires”.

Dona Norma conclui declarando seu amor pela cidade: “Eu adoro Ribeirão Pires. Foi aqui que conheci o homem que me deu força, me deu entusiasmo e o amor pela cidade. Não me arrependo de nada do que fiz. Se pudesse, faria tudo de novo”.

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