Vilma da Silva veio de Santos, litoral paulista, para morar em Ribeirão Pires. Ela é uma daquelas donas de casa que gostam de ter o lar impecável, todo cheiroso e principalmente limpo. Tão logo mudou para a cidade serrana, conheceu o vilão das paredes limpas que mancha, deixa um cheiro desagradável ao ambiente e um aspecto grosseiro de sujeira na casa: o mofo, típico de lugares frios e úmidos que, além de interferir na beleza, também é prejudicial à saúde.
O que Dona Vilma não sabe é que existem maneiras de combater esse vilão. Uma delas é arejar a casa o máximo possível, abrindo janelas e usando ventiladores. As lâmpadas incandescentes de 40watts também são uma saída, gastam energia, mas auxiliam na evaporação do local. A mobília deve ficar longe da parede, pois assim facilita a circulação do ar. Para armários embutidos, recomenda-se que coloque placas de isopor ou deixe uma distância da parede antes de instala-los.
Com relação à saúde, é importante retirar de casa objetos que favoreçam a proliferação do mofo, como carpetes, cortinas e tapetes. Eles são verdadeiros vilões para quem possui rinite. “Eu passo o dia todo com um lenço no bolso, o excesso de bolor afeta diretamente minha saúde”, reclama a Dona de casa.
De acordo com Ricardo Ribeiro Bedinelli, médico alergista, uma solução é passar vinagre nas áreas afetadas. Este condimento possui em sua formula ácido acético, capaz de eliminar fungos. Outra dica é utilizar nas paredes uma mistura com água e água sanitária. Pedaços de giz dentro dos armários também ajudam a diminuir a umidade.
Só que o que Dona Vilma ignora é que este vilão também é herói. Foi do mofo que saiu uma importante substância responsável pela cura das mais diversas infecções: a penicilina.
De acordo com o portal Mundo Educação, em 1928, Alexander Fleming (médico e bacteriologista) descobriu o medicamento de maneira acidental. Ele saiu de férias e deixou seu estudo sobre “como combater bactérias em feridas” em cima na mesa. Assim quando voltou ao trabalho, reparou que sua pesquisa estava contaminada com mofo e que nos locais onde havia o fungo, existiam halos transparentes que formavam uma espécie de proteção. Ele estudou a fundo o mofo e descobriu que ele era pertencente ao gênero Penicillium (daí que tirou o nome da substância) e que era de fato capaz de eliminar diversas bactérias.
Por tanto, da próxima vez que Vilma pensar em reclamar, é importante levar em consideração que o tão terrível bolor pode até enfeiar o lar, mas também é o responsável por ajudar a tratar muitos problemas da sua e de todas as famílias.