Já espalhada por 15 paises, iluminando casas de pessoas que não tem energia elétrica, a “Luz Engarrafada”, criada por um mecânico de Uberlândia, têm beneficiado milhares de pessoas e ajudado na preservação do nosso Planeta. Alfredo Moser, de 61 anos, contou com exclusividade para a Revista Mais Conteúdo se tornou o “Thomas Edison” dos dias de hoje.
Por volta de 2002, os constantes apagões da época fizeram com que Alfredo começasse a pensar em uma maneira de obter luz para locais fechados sem iluminação natural durante o período de falta de energia elétrica. Inesperadamente, uma ideia surpreendentemente simples passou pela sua cabeça: uma garrafa pet translúcida com água e um pouco de cloro para evitar fungos e embaçamento. Estava criada a “Lâmpada Engarrafada”.
Sua criação o fez lembrar de um acontecimento que ocorreu há algum tempo, quando ele estava passando em frente a casa de Chico Xavier. “Uma senhora me apresentou para o Chico e ele me disse: Moser, você vai ter uma luz na sua vida, mas ela não vai ser só sua, vai ser do povo. Hoje eu sei o que ele quis dizer, mas naquele dia eu não tinha entendido”, Moser lembrou com alegria.
Após instalar a luz em sua residência, os amigos sempre o questionavam o que seriam aquelas garrafas colocadas no teto. Ao falar sobre as suas invenções, de fato houve quem achasse que não iria dar certo, mas outras gostavam da ideia e perguntava como era feita a “Luz Engarrafada”. “Ensinei um amigo que as instalou em seu estabelecimento e assim a notícia começou a se espalhar pela cidade. Já instalei nas casas dos meus vizinhos e até no supermercado do meu bairro”, contou o inventor.
Com o grande sucesso, as pessoas pediam para que o inventor chamasse a imprensa para divulgar sua invenção “O primeiro jornal que mostrou a “Lâmpada de Moser”, como começou a ser chamada, foi o Jornal da Manhã (da região de Uberlândia). A partir desse momento, várias emissoras e jornais me procuraram para saber mais sobre o assunto, até o Secretario do Meio Ambiente me convidou para instalar as garrafas no parque ecológico Chico Mendes, em São Paulo”.
Sem receber nenhum incentivo do governo ou de algum empresário, o mecânico tem mais um projeto: fazer a luz funcionar após o por do sol. “eu tenho um projeto para fazer a “Lâmpada de Moser” funcionar a noite, mas sem apoio, fica muito difícil. Eu não ganho nada com essas garrafas”, contou o inventor.
De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), as lâmpadas feitas com garrafas plásticas não necessitam de energia para serem produzidas, já que são feitas de material coletado e reaproveitado. De fato, a “pegada de carbono”, ou seja, o CO2 é dispensado na atmosfera para produzi-las, é zero. Como efeito de comparação, para a produção de uma lâmpada incandescente emite-se 0,42kg de CO2. Uma lâmpada de 50 watts, ligadas 14 horas por dia no período de um ano, tem ‘pegada de carbono’ de quase 200 kg de CO2. A ONU em uma análise destacou que “as lâmpadas de Moser não emitem CO2 quando instaladas”. Ou seja: são ecologicamente corretas.
Moser finalizou a entrevista contando a alegria em cooperar para a preservação do meio ambiente e até mesmo no orçamento de famílias carentes: “fiquei sabendo de um caso que me emocionou: com a luz que inventei, uma família conseguiu economizar na conta de luz e juntar dinheiro para comprar o enxoval do bebê. Isto é muito gratificante”.
Como se faz – A instalação da “Lâmpada de Moser” é feita através de um buraco instalado no telhado. Após encher a garrafa pet de 2 litros com água (o que equivale a uma lâmpada entre 40 e 60 watts dependendo da intensidade do sol), adicione 2 tampinhas de cloro, produto que evita o esverdeamento do líquido. A seguir, coloque cerca de um terço da garrafa para fora do telhado prendendo-a com cola de resina para evitar vazamento quando chover. Os dois terços que ficarão no ambiente serão suficientes para iluminá-lo. Vede a tampa da garrafa com fita preta para que a lâmpada funcione melhor.