A polêmica a respeito da Fábrica de Sal continua, uma vez que o projeto de lei 004/16 segue na Câmara Municipal aguardando por votação.
Sabemos que há um grupo de munícipes declaradamente contra a iniciativa e que os populares também não se mostram a favor. Mas, e quanto aos historiadores? A reportagem do Mais Notícias conversou com o jornalista e historiador Ademir Médici, que falou sobre a Fábrica de Sal, que conhece há muitos anos tendo, inclusive, entrevistado os Masciotta, antigos proprietários do moinho, ainda nos anos 70 do século passado.
“Eu fico muito feliz de ver a comunidade se esforçar para preservar a Fábrica de Sal. Vemos claramente que é uma ação do prefeito, em último ano de governo, com interesses mercantilistas”, explicou.
Na década passada, o espaço foi remodelado como um centro cultural, mas, há alguns anos, foi abandonado. Questionado sobre o assunto, ele defende o reaproveitamento do espaço com esta finalidade: “Ribeirão Pires tem uma grande oportunidade de investir na cultura nesse espaço que é central. A cidade já cometeu o grande erro de organizar o Congresso de História fora do Centro, em um local distante. Há esse espaço, o museu nunca se firmou definitivamente. É um local fundamental, há a escola e a biblioteca que estão lá. É fundamental manter esses equipamentos educacionais e ampliar com um equipamento cultural”.
Ademir criticou a postura da Prefeitura, também em gestões anteriores, por não ter dado uma destinação correta e discutida com os munícipes para o local: “O município sempre fez as coisas às escondidas. Tudo o que for feito daqui para frente deve ser discutido com a comunidade. Vejo algo, a priori, como o Memorial da América Latina, um grande espaço construído em antigas instalações, mantendo as características. Será que a cidade não tem outro espaço para o Shopping? ”
Por fim, ele elogiou a postura da população que está mostrando o que deseja para o espaço: “Acho que Ribeirão Pires está dando uma resposta. A cidade não se calou, se manifestou e faz o que os vereadores não conseguem fazer, com o público nas sessões ordinárias e extraordinárias. Eu fico muito feliz ao ver uma cidade antiga, conservadora, lutando pelos seus ideais. Que essa resposta, essa mobilização continue”.
