Gerson Constantino: “Pretendo fazer história na Saúde de Ribeirão Pires”

Há quase um mês no cargo, o secretário municipal de Saúde de Ribeirão Pires, Gerson Constantino, já implantou uma série de mudanças significativas que têm impactado no atendimento prestado à população.

Gerson Constantino assumiu a pasta no começo do mês

Gerson Constantino assumiu a pasta no começo do mês

Homem público experiente, ele faz uma análise crítica da saúde pública: “O SUS tem suas deficiências. Não é (uma missão) fácil. Cuidar da saúde de pessoas requer mais do que habilidade médica ou conceitual. A pessoa tem que querer e ter a sensibilidade humana necessária para isso. E eu tenho essa sensibilidade”, conta Gerson.

Ciente de que está à frente de um dos setores mais criticados de qualquer administração pública, ele tem uma diretriz para saber onde atuar: “As críticas me levam para cima. Elas me levam a ter a sensibilidade do que é necessário ser feito. Preciso saber o que munícipe pensa. Para isso, também me faço presente, vou à UPA, até os pacientes que estão aguardando e necessitam de cuidados”. Animado, já tem visto evolução: “Estamos diminuindo o tempo de atendimento, temos médicos e funcionários de boa qualidade. Claro que toda regra tem sua exceção. Mas a autoestima elevada da equipe, a esperança em fazer um trabalho melhor, tem me motivado a trabalhar 10, 12 horas por dia”.

Sobre as críticas que, segundo o secretário, têm diminuído, uma constatação e um pedido: “O munícipe vê isso. Quem tem criticado a Saúde municipal, em sua maioria, não usa o serviço. Acostumou-se a falar mal, algo que as pessoas fazem com facilidade. Como diz a frase: ‘Hay gobierno, soy contra’. Se eu conseguir mudar isso e as pessoas fizeram críticas conscientes, ajudará muito. Meu gabinete é aberto e estou sempre à disposição para atender, para ouvir”.

Para aumentar ainda mais a responsabilidade, há outro fator: a crise econômica, que traz desafios extras. Mas Gerson afirmou que a disposição da equipe tem sido de grande ajuda. “A redução do orçamento acaba prejudicando. Mas a disposição dos funcionários ajuda a contornar isso. O cobertor é curto, mas estamos caminhando e marchando para ter um cobertor no mínimo decente”. Além da falta de recursos, há também o aumento da demanda na rede. O desafio é manter a qualidade: “Hoje vemos pessoas que, de fato, deixaram os planos de Saúde para usar o serviço público, o SUS. Temos que nos adequar para receber essas pessoas e não prejudicar o atendimento também daqueles que já utilizavam o serviço. É preciso tratar a todos com igualdade”.

Organização – Dentre as deficiências do sistema, está a questão dos medicamentos que, há algum tempo tem itens em falta. Questionado, o secretário explica: “O controle de medicamentos na Prefeitura ainda é feito à moda antiga. Há um sistema disponibilizado pelo Governo Federal, mas não temos internet em todos os pontos (de atendimento). Estamos trabalhando nisso. Me incomoda muito saber que faltam medicamentos, sendo que a Prefeitura investe um valor qualificado nisso. Pretendemos, em no máximo 60 dias, com a chegada de uma empresa terceirizada, que tudo volte à normalidade. Nossa preocupação é com a forma como é feita a distribuição, a retirada e o controle de reposição. Não se pode nunca ter o estoque zerado. É preciso respeitar o nível de estoque mínimo, ter uma margem de segurança para fazer os pedidos e não deixar faltar, sempre respeitando a legislação é claro. Vale dizer que a questão judicial tem pressionado o poder público no país. Alguns remédios são caríssimos. Mas é preciso administrar tudo isso”.

Hospital – O Hospital Municipal é considerado o “calcanhar de Aquiles” da Saúde Municipal. Em construção desde 2007, quando foi emitida a autorização do Governo do Estado, a obra está ainda distante de ser concluída. Estima-se que sejam necessários ao menos R$ 50 milhões anuais para custeio, o que, nos padrões atuais, está além das possibilidades da cidade. Em 2014, houve um compromisso do então ministro da Saúde, Arthur Chioro, de que o Governo Federal custearia 70% deste montante, sendo que o restante teria que ser dividido entre o estado e o município. Para Gerson Constantino, esse é o caminho: “No caso do hospital, não há condições sem ser por meio de parcerias que nos ajudem a tocar. É algo que não iremos conseguir fazer neste ano em curso. Mas, com a reeleição do Saulo e se aqui ainda estiver, é uma missão que caberá a mim. O prefeito está empenhado para isso”. A obra, inclusive, deve prosseguir em breve: “tivemos uma fiscalização há poucos dias por parte do Estado e o seguimento da construção está liberado”.

Futuro – O novo secretário se mostra pronto para a missão de melhorar a gestão de saúde da cidade. E fez uma análise positiva destes primeiros dias: “Estou contente com o início do trabalho e a forma com que está se desenhando é muito positiva. Estou dialogando com a equipe, mostrando a eles as necessidades da cidade. Quero visitar todos os pontos, falar com os funcionários, para que eles sintam que aquele munícipe poderia ser ele. Humanizar, acolher e dialogar. Essa é a meta”. Gerson Constantino conclui mostrando força: “Pretendo fazer história na Saúde de Ribeirão Pires. Assim como diziam que o Gerson Constantino não iria conseguir administrar a Câmara. Foi um desafio e consegui. Pretendo ajudar o município e cabe aos vereadores e a sociedade nos ajudar. Peço para que venham sugerir, nos ouvir, ver as limitações e ajudar a encontrar soluções. O meu gabinete é aberto. Nem tudo o que quero eu consigo, mas hei de conseguir o necessário para salvar vidas”.

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