Conhecendo os psitacídeos: papagaios, periquitos entre outros

Os psitacídeos são aves com características bastante variadas sendo dividida em 360 espécies e 80 gêneros das famílias sendo alguns exemplos papagaios, periquitos, araras, maracanãs, tuins, jandaias, caturritas, apuins, cacatuas e calopsitas.

Caracterizam-se por terem dois dos seus 4 dedos voltados para frente e dois para trás, dotados de inteligência superior à maioria das outras aves e pelo seu bico encurvado, uma adaptação à alimentação à base de sementes e frutos. São normalmente muito coloridas e algumas espécies são capazes de reproduzir sons diversos, inclusive da fala humana.

Seu tempo de vida varia a partir dos 10 anos de idade sendo que espécies de grande porte atingem entre os 60 a 80 anos.

Ocupam as regiões quentes e temperadas de todos os continentes sendo que Brasil é o país com o maior número de representantes, tendo sido denominado como “Terra dos Papagaios” na época do descobrimento. As araras são os maiores representantes desta ordem-família. Possuem um bico forte, alto e curvo adaptado para cortar sementes duras. Suas línguas grossas, sensíveis e repletas de papilas gustativas funcionam como um órgão táctil. Estas aves não contribuem para a dispersão de plantas, sendo consideradas “predadoras”, pois trituram os caroços dos cocos, destruindo as sementes.

São espécies monogâmicas, permanecendo com um único parceiro até a morte. Na reprodução geram, em geral, apenas um único filhote por vez que permanece com os pais durante muito tempo.

Os psitacídeos são um dos grupos de animais que mais sofrem com o tráfico de fauna silvestre, devido sua grande diversidade de cores e capacidade de imitar a voz humana que desperta o interesse de pessoas no mundo todo, movimentando milhões de dólares estadunidenses por ano. Quando esses animais são caçados para a venda, as árvores que possuem ninhos costumam ser derrubadas prejudicando a reprodução também de diversas espécies de aves que utilizam o mesmo ninho em épocas reprodutivas diferentes. 

Além da caça para a comercialização, sofrem com a contínua destruição do seu habitat natural.

Em cativeiro são aves bastante inteligentes, aprendem sons e imitar palavras com facilidade e quando criadas à mão, facilmente tornam-se mansas  sendo uma ótima companhia para o dia a dia. Para criar a ave em casa, é necessário adquirir um viveiro ou gaiola adequados para o tamanho do animal, espaçoso para que possa brincar, se alimentar e realizar suas necessidades de movimentação básicas. Recomenda-se para araras gaiolas com no mínimo 1,20 metros de altura, 1 metro de comprimento e 70 centímetros de largura. Para papagaios, deve ter 80 centímetros de altura, igual medida em comprimento e 70 centímetros de largura.

Deve exercitar-se diariamente ou ter alguma liberdade de movimento pois o sedentarismo diminui a longevidade das aves. O espaço tem grande influência no bem-estar das aves, aquelas que vivem num espaço apertado tendem a proteger esse “território”, tendo como resultado um animal agressivo e estressado.

É importante que não haja pintura na gaiola, caso haja dê preferência a tinta que não contenha chumbo ou zinco. Dê importância ao espaçamento entre as barras da gaiola para evitar que a cabeça da ave passe entre as barras, e possa ficar presa por acidente.

Atente-se em relação à disposição dos poleiros, os dispondo em altura adequada para que as penas da cauda não arrastem no fundo da gaiola e não fiquem sujas ou danificadas. Os poleiros devem possuir diferentes diâmetros e estarem dispostos de maneira que facilitem o acesso da ave aos alimentos. A bandeja no fundo da gaiola serve para conter as excretas e deve ser limpa periodicamente para prevenção de doenças.

A alimentação deve ser balanceada e rica em nutrientes com a intenção de prevenir e reduzir risco de doenças principalmente disfunções nutricionais. Além de ração específica para a espécie e mistura de sementes, deve-se oferecer vegetais, frutas e verduras cruas e lavadas a fim de enriquecer e diversificar o cardápio do seu amigo de asas. 

Mesmo variando a alimentação, a ração extrusada é uma boa pedida para fornecer o aporte completo de vitaminas e minerais a fim de garantir uma boa saúde para seu animal. 

Sementes de girassol devem ser oferecidas em pouca quantidade na dieta por ser rica em gordura, é muito prejudicial para a saúde da ave reduzindo a expectativa de vida do animal.

Podem ser oferecidos brinquedos feitos com cordas, pêndulos, escadinhas e itens de madeira como enriquecimento ambiental. Invista nos brinquedos que não foram pintados com tinta pois seu bico é muito forte, a ave geralmente destrói o brinquedo, porém devemos promover uma forma de desgaste por meio destes brinquedos em madeira.

A ave pode ser criada solta mas deve-se vedar as janelas da casa com telas em arame, pois as de tecido são facilmente destruídas pela ave.

Necessitam de banhos periódicos, principalmente no Verão. Pode-se auxiliar a ave com borrifador ou oferecer vasilhas pesadas com água para que o animal banhe-se sozinho

A água e alimento devem ser oferecidos em vasilhas limpas diariamente e devem estar alocadas em locais altos acima dos poleiros para evitar contaminação com as fezes do animal.

A ponta das unhas das aves pode ficar afiada, necessitando de um corte. As aves mais velhas podem ficar com as unhas muito longas, tornando-se necessário apará-las, pois podem ocorrer problemas ortopédicos devido ao posicionamento incorreto das patas.

O corte ou apara das asas pode ser feito periodicamente de acordo com o crescimento das penas do animal. Os benefícios da apara incluem a prevenção de lesões decorrentes do voo, prevenção de uma fuga acidental e como auxílio no seu treino e domesticação. Com as asas aparadas, a ave não é capaz de levantar vôo, mas planará suavemente para o solo por uma pequena distância.

O corte de penas realizado de forma inadequada pode causar hemorragia e infecção, podendo até causar a morte do animal. Busque sempre ajuda de um profissional para este procedimento ou para sanar qualquer dúvida em relação a saúde e manejo dos animais.

    Aves saudáveis possuem olhos brilhantes, vivos, limpos, sem secreção nem nebulosidade; respiração sem dificuldades; bico de aparência forte, livre de resíduos de alimentos, secreções e saliva; pele limpa também por baixo das penas; pés limpos e secos, com pele limpa; evacuar normalmente, sem muita alteração na aparência das excretas; comportamento alerta, observador e pronto para explorar coisas novas e enérgico. 

As penas não devem apresentar falhas e devem estar íntegras e brilhantes, a quilha que é o osso em frente ao peito do animal não deve estar proeminente, o bico sem descamação. Ao adquirir uma ave deve saber sua procedência, consultar um médico veterinário no ato da aquisição e realizar período de quarentena em casa para garantir melhor estado de saúde do animal recém adquirido. Procure saber se a ave vem de um criador idôneo, ou no caso de resgatada seu histórico. Questione sobre as instalações do criatório em caso de compra e observe se a loja oferece boas condições de limpeza, pois a maioria das doenças das aves está diretamente relacionada à falta de higiene. 

    Para mais informações procure uma orientação de um profissional, criador ou médico veterinário e consulte as bibliografias relacionadas ao assunto. A USP oferece este manual sobre posse responsável de psitacídeos com dicas de saúde e manejo gratuitamente no link: https://www.fmvz.unesp.br/Home/sobreocampus/cempas/manual-informativo-sobre-posse-responsavel-de-psitacideos.pdf

 

Colaboração: Lia Silva – estudante de veterinária, tosadora e proprietária de petshop.

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