Coronaviroses caninas são doenças infectocontagiosas virais agudas de cães jovens geralmente de distribuição mundial, com manifestações predominantemente entéricas (diarréias), mas pode se tornar infecção sistêmica letal e até mesmo como processos patológicos de trato respiratório.
O coronavírus canino não tem relação com o vírus do COVID19, sendo que os animais domésticos não são fonte de transmissão direta via mucosas, porém estes podem carrear o vírus na pelagem, patas, coleira assim como qualquer objeto que pode estar contaminado como maçanetas, compras do mercado, etc.
Em cães, foram descritas duas espécies de coronavírus, sendo a espécie clássica o coronavírus entérico canino (CCoV), agente etiológico da enterite canina, e o coronavírus respiratório canino (CRCoV), patógeno associado a doenças respiratórias em cães.
Infecções por coronavírus em cães podem levar à mortalidade rapidamente por conta da enterite e diarreia em neonatos e em pacientes jovens sem competência imunológica, ou ainda podem causar intensificação dos sintomas provenientes de outras infecções concomitantes. O CCoV infecta extremidade dos vilos das células intestinais (enterócitos) matando essas células causando inibição da síntese de proteínas celulares e alterações em mitose das células infectadas.
A morte celular é seguida de descamação, e observa-se no exame histopatológico, encurtamento dos vilos intestinais, tendo como consequência substituição por células imaturas ineficientes gerando falha absortiva, desnutrição, e a atividade secretória de sódio, cloro e bicarbonato mais intensa, advindo, assim, a elevação da pressão osmótica resultando em diarreia após um período de incubação que varia de 18 a 72 h.
Inicialmente, o paciente pode apresentar sinais e sintomas como perda de apetite e vômito, diarreia e desidratação, com baixa letalidade, podendo, entretanto, haver mais gravidade em co infecções por parvovírus canino, adenovírus canino tipo 1 e vírus da cinomose, ainda que a manifestação dos sinais ocorra mesmo sem coinfecções.
Já o CRCov replica-se no pulmão e traquéia, causando lesão em epitélio respiratório e perda da função ciliar, tornando o trato respiratório mais suscetível à infecção por outros patógenos. Manifestações respiratórias incluem tosse e descarga nasal.
A transmissão destes vírus ocorre pela via orofecal, sendo o CCoV eliminado pelas fezes de animais doentes, sobretudo nos primeiros dias da infecção, mas animais sadios podem ser portadores do vírus, o qual pode ser excretado por até cerca de 5 meses, mesmo após fim dos sintomas. O vírus eliminado pelas fezes pode contaminar objetos (fômites) como comedouros, bebedouros e brinquedos, o piso e demais elementos do ambiente onde o cão é mantido, a partir dos quais entra em contato com o novo hospedeiro pela cavidade oral. As principais fontes de infecção são cães jovens com diarreia (CCoV) e cães com sintomas de doença respiratória infecciosa canina, para infecções pelo CRCoV.
Uma medida prática e aplicável de contenção da disseminação das coronaviroses caninas é, no caso de animais doentes, mantê-los separados de outros animais e submetê-los ao tratamento de suporte, como fluidoterapia parenteral, até a cessação das manifestações clínicas, diminuindo a probabilidade de contágio.
A remoção de fezes e a lavagem de abrigos, quintais, gaiolas e quaisquer outras instalações nas quais os animais sejam mantidos são medidas básicas de higiene que evitam que outros cães entrem diretamente em contato com os patógenos, ou que estes sejam carreados por insetos vetores.
Por estes vírus serem envelopados, são resistentes no ambiente sendo necessário desinfecção em superfícies contaminada, com desinfetantes derivados de cloro e amônio quaternário.
A suscetibilidade a infecções reduz com a idade mas cães assintomáticos podem excretar os coronavírus caninos, sendo necessário que cães jovens antes do término das imunizações não tenham contato com animais de maior idade e que não tenham acesso a áreas de habitação ou trânsito de outros cães, diminuindo a probabilidade da infecção em animais ainda não completamente imunizados.
O CCov e o CRCov não são zoonoses, ou seja, não são transmitidas dos cães para os humanos, assim como o COVID19. Desta forma, não é preocupante o contato com animais em relação a estas infecções porém, humanos infectados com COVID podem através das mãos contaminadas com secreções, espirros ou tosse liberarem o vírus no ambiente e os animais podem carregar partículas virais em sua superfície corporal. Desta forma, se você apresenta sintomas, deve se manter em isolamento para reduzir a transmissão do COVID para seus familiares através do contato com a superfície corpórea dos animais domésticos. Os cães não adoecem com o COVID mas são fonte de transmissão assim como objetos.
O COVID19 é transmitido por partículas dispersas no ar ou por contato direto com mucosas. Caso passeie com seu amigo na rua, antes de entrar em casa, faça higiene das patas, focinho e pelagem com pano levemente umedecido com álcool ou produtos específicos para banho à seco são recomendados por não serem agressivos e não causarem intoxicação, mas nada como água e sabão para garantia da total desinfecção do animal em relação a carrear COVID19.
Saiba mais clicando https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/saude/vigilancia_em_saude/controle_de_zoonoses/noticias/index.php?p=296869
Mantenha-se à salvo. Lave as mãos com sabão ou álcool. Use máscara.
Proteja sua família e as pessoas que tanto ama.
Permaneça em isolamento social para reduzir a transmissão do COVID19.
Separados, lutamos juntos contra o COVID!
Colaboração: Lia Silva – estudante de veterinária, tosadora e proprietária de petshop.
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