Ataques de animais de companhia: conhecer comportamento da espécie e sinais corporais ajudam na prevenção de acidentes

As mordeduras por cães e gatos são um grande problema de saúde pública. Inúmeras são as causas que levam um cão ou gato a agredirem um ser humano, e é o desconhecimento do comportamento e das necessidades físicas e mentais dessas espécies, a principal destas causas. 

Levando em conta este fato, o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) do município de São Paulo disponibiliza em seu site um Manual de Prevenção contra agressões. (https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/manual_educador02_1253732588.pdf)

Neste manual há informações sobre o comportamento dos animais e fatores que influenciam a agressão, história da domesticação, descrição dos níveis de agressividade, reações e causas além de formas de lidar com o comportamento agressivo dos animais que pode ser desencadeado por erros de manejo e falta de compreensão do tutor em relação as necessidades básicas e comportamento normal dos animais.

Anualmente centenas de animais são abandonadas e mortos em razão da quebra do vínculo entre o ser humano e uma das principais causas é o comportamento indesejado ou alterado desses animais.

Embora domesticados há milhares de anos, esses animais apresentam comportamentos e necessidades inerentes a cada espécie, sendo necessário que o ser humano entenda cada vez mais sobre eles a fim de obter uma convivência harmoniosa.

Os principais riscos de acidentes com mordidas são de transmissão da raiva; risco de desencadeamento de infecções locais e generalizadas em decorrência da presença de agentes patogênicos na boca do animal; e repercussões físicas e psicológicas que podem requerer tratamento médico especializado como psiquiatria e cirurgia plástica reconstrutiva.

Os cães e os gatos têm histórias distintas de domesticação, mas cada um a seu modo mantém características essenciais de seus espécimes originais, um lobo no caso do cão e um felino selvagem no caso do gato. Essas características, ainda hoje se manifestam no dia-a-dia sem que se perceba. Cães e gatos, embora diferentes em várias manifestações, agem de forma semelhante diante de circunstâncias análogas para marcar posse, território, ciúmes, posição hierárquica, sendo a agressão a maneira de manter suas prerrogativas.

Deve-se compreender que a agressão representa uma expressão normal de comunicação, que pode ser vocal e postural. Quando um cão ou gato manifestam comportamento de agressividade sinalizam sua condição de insatisfação ou descontentamento por meio de uma série de sinais e, tal agressão se consuma, na maioria das vezes, pela falta de percepção ou incorreta interpretação desses sinais.

De maneira geral, o comportamento agressivo tem início na infância em função de não lhe terem sido impostos limites, sendo-lhe dada a oportunidade de se reconhecer como líder e assim se comportar com os outros seres. Mudar esse comportamento no animal adulto é mais difícil, mas pode ter bons resultados se orientado corretamente por pessoa capacitada no assunto. 

Influenciam também a agressão, fatores hereditários e hormonais. 

A falta de um ambiente ideal que os imponha a seus limites e lhes proporcione contato com pessoas e animais diferentes, também é causa importante dos desvios de comportamento agressivos. As condições de vida do animal podem contribuir nas manifestações de agressividade. Assim ocorre, por exemplo, com animais que recebem castigo excessivo, dono agressivo, “mimo demais”, isolamento do convívio humano, alojamentos inadequados, ou seja, espaços muito pequenos ou presos constantemente em corrente curta.

Nos gatos, a agressão também se manifesta de várias formas, as mais conhecidas são sem dúvida a defesa de seu território contra um gato intruso, outro animal ou o homem. O gato pode morder por brincadeira, defesa de território, competição por fêmeas e dor. A brincadeira é um comportamento normal, o gato identifica tudo que se move, inclusive a mão ou pé como sua presa e o ataque é uma conseqüência de seu instinto de caçador. 

 

Classificando a agressividade de acordo com a origem: 

Observa-se que a freqüência maior de acidentes ocorre porque as pessoas não percebem que estão, de alguma maneira, tendo atitudes provocativas e os animais respondem a essa “provocação” com agressão. Os gatos se expressam através de posturas e vocalizações e estes possuem significados próprios. O gato pode confiar na “sua família humana” e permitir um contato íntimo, porém sempre estabelece limites de aproximação que devem ser respeitados. São sinais prévios de agressão e indicadores de descontentamento pupilas dilatadas, agitação da extremidade da cauda, corpo retesado, orelhas abaixadas, silvos, pêlos eriçados.

Há uma situação peculiar com gatos que estão sendo acariciados e de repente, suas pupilas se dilatam, a extremidade da cauda se agita, o gato se retesa, pode arranhar e/ou morder quem os estava agradando e até fugir. Isso ocorre após algum tempo de carinho, pois, o que num momento pode ser prazeroso, pode tornar-se irritante ou até mesmo doloroso. Deve-se ficar atento ao menor sinal de descontentamento e desistir de acariciá-lo até a próxima oportunidade.

A agressividade pode ser originada devido comportamento normal de dominância que é o tipo mais comum em cães e manifesta-se quando este sente que sua posição hierárquica está ameaçada por um membro do grupo. O cão mais dominante do grupo é chamado “alfa” e como comportamento principal tem sempre a primeira escolha, seja na hora de comer e acasalar, escolher abrigo ou ter atenção. Pode ocorrer também a denominada posição “beta”, ou seja, o cão respeita apenas um indivíduo do grupo familiar a quem ele considera como seu dono, seu líder, e aos demais tenta se impor demonstrando agressividade por considerá-los submissos. 

Por posse ocorre a agressão quando qualquer indivíduo, pertencente ou não ao grupo, se aproxima dos objetos preferidos do cão, por exemplo, brinquedos, casinha e pote de comida.

O medo pode causar agressividade uma vez que o animal amedrontado, pode se sentir ameaçado ou acuado, seja por temer uma situação nova ou porque a pessoa ou a situação remete a um episódio anterior que lhe foi desagradável.

A influência hormonal é um grande desencadeador de agressividade em machos. Os hormônios masculinos estimulam a competição e contribuem para desencadear a agressividade por dominância. Fêmeas no cio também podem brigar entre si. Por este fato indica-se o procedimento de castração no caso de comportamento agressivo

Por territorialidade a agressividade manifesta-se contra pessoas ou animais desconhecidos que se aproximam do seu espaço. A definição deste espaço muitas vezes é maior do que aquele que entendemos como o do cão. Pode ser o canil, quintal, casa ou quarteirão. Em gatos sua organização social é bastante peculiar onde as gatas vivem num sistema familiar e os machos são dele excluídos na puberdade. 

As gatas defendem seus gatinhos. Para os gatos, qualquer aproximação pode ser classificada como “amigo” ou “inimigo”. As principais reações são fuga sempre que possível, investir contra o intruso, combate com seqüência de golpes de patas e conflito, quando não há submissão, o intruso é posto para fugir. Quando os gatos e gatas são esterilizados a agressividade por territorialidade, pode diminuir ou até desaparece.

Por Instinto Predatório ou Maternal, em brincadeiras, por autodefesa entre outros motivos listados no manual onde você pode aprimorar seus conhecimentos, compreendendo melhor as atitudes do animais frente a diversas situações reduzindo os riscos de acidentes como ataques e mordidas

É de extrema importância a educação para evitar a agressão. A informação das pessoas, proprietárias ou não de animais de estimação, são fundamentais para a boa convivência com cães e gatos. Como o tutor muitas vezes não entende a causa do comportamento agressivo e muito menos se vê como culpado por este comportamento, acaba com freqüência abandonando o animal.

No manual há dicas de como lidar com as diferentes causas de agressividade através de treinos e dicas de manejo ideal, mas lembre-se de não correr riscos e chamar um profissional adestrador para auxiliá-lo a lidar melhor com o comportamento de um animal agressivo. 

Caso haja animal feroz ou em estado de consciência alterado em sua região, entre em contato com a Defesa Civil, Bombeiros ou CCZ e notifique os órgãos caso seja um animal sem tutor.

Lembre-se de cumprir as regras de posse responsável (também citado no manual) e avalie se você tem condições físicas, financeiras e psicológicas para lidar e compreender as necessidades de um cão ou gato evitando stress e comportamentos agressivos desnecessariamente.

Colaboração: Lia Silva – estudante de veterinária, tosadora e proprietária de petshop.

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