Você sabia que a Represa Billings poderia ser a “caixa d’ água” da região metropolitana de São Paulo? Ela surgiu com a reversão do curso do Rio Pinheiros, com a capacidade de abrigar 1,2 bilhões de metros cúbicos de água, mais que os 990 milhões do Sistema Cantareira. Sua função prioritária nunca foi o abastecimento da população, mas sim a produção de energia elétrica. Com 106 quilômetros quadrados, dez vezes mais que a Cantareira, atende a cerca de 2,3 milhões de pessoas, um terço do abastecido pelo outro Sistema. A Represa Billings, que banha São Paulo, Diadema, São Bernardo do Campo, Santo André, Ribeirão Pires e Rio Grande, capta 5,5 metros cúbicos de água por segundo para o sistema homônimo do Braço Rio Grande e 2,2 metros cúbicos por segundo para o Guarapiranga.
A Billings, atualmente considerada boia de salvação para a maior crise hídrica da historia do Estado, tem destino certo. Um novo projeto anunciado recentemente prevê o aumento da presença da Billings em nossos lares, com a transposição da água para o Sistema do Alto Tietê e Rio Grande.
Projeto da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) planeja atuar em três frentes. A primeira delas é a interligação do Braço Rio Pequeno ao Rio Grande, novo túnel que deve ter cerca de 3 quilômetros e poderá produzir mais 2,2 metros cúbicos de água por segundo. O mesmo Rio Grande vai colaborar para a segunda ação, com uma ligação ao Sistema Alto Tietê, por meio da Represa Taiaçupeba, na região de Suzano, a 20 quilômetros de distância, proporcionará 4 metros cúbicos por segundo. A terceira obra consistirá em dobrar a entrega do Taquacetuba ao Guarapiranga para 4 metros cúbicos por segundo.
Todavia, construir tubulações não é o maior desafio deste novo projeto. A Billings recebe diariamente 800 toneladas de esgoto e 500 toneladas de lixo geradas por uma população de aproximadamente 2 milhões de pessoas e o aumento de construções irregulares, sem tratamento sanitário, só piora a situação. Além de sofrer com assoreamento, desmatamento das margens e aterramento de nascentes, causando um forte impacto ambiental. Um exemplo disto é o Braço Rio Grande, que é contaminado por mercúrio. Desta feita, a preservação do reservatório, que completou 60 anos em 2015, é a principal meta para os próximos anos.