Anestesia em Cães Braquicefálicos: por que e quando optar pela inalatória

Os cães braquicefálicos são aqueles considerados de focinho curto como pugs, buldogues, shih tzus, chow chow, lhasa, persas por exemplo. Estes podem apresentar dificuldade respiratória e desta forma os procedimentos anestésicos podem apresentar um risco extra a esses animais. No caso de uma simples castração ou qualquer outro procedimento cirúrgico é recomendável a avaliação e preparo cirúrgico onde o médico veterinário coleta exames de sangue e imagem e pode avaliar se este animal possui anemia, infecção, alterações cardíacas que podem acarretar contraindicação para sedação. Qual anestesia escolher?

Hoje a medicina veterinária já evoluiu muito e temos à disposição fármacos modernos e profissionais anestesistas treinados especializados que podem, a partir de informações como os exames pré-operatórios e de acordo com o risco cirúrgico, escolher o melhor protocolo para anestésico para seu melhor amigo. Questões como idade, porte, escore corporal, peso e comorbidades podem influenciar na escolha do melhor protocolo para seu bichinho. Comumente é utilizado anestesia dissociativa ou injetável, que consiste em uma mistura de fármacos opioides, sedativos e relaxantes musculares que na dose correta são associados seus efeitos causando relaxamento e analgesia ao animal.

Para os animais de focinho curto há um diferencial, pois sua anatomia atrapalha a entrada de ar podendo haver casos de apneia durante a anestesia, ou seja, este animal devido a dificuldades na conformação do palato ou cavidade nasal pode deixar de respirar quando anestesiado. Para reduzir esse risco, é indicado anestesia inalatória, onde este animal é entubado para que não haja fechamento da glote e impedimento da entrada de ar, reduzindo assim o risco de óbito por asfixia durante o procedimento cirúrgico.

Muito mais segura, a anestesia inalatória pode ser indicada também para procedimento longos como cirurgias ortopédicas, retirada de corpos estranhos, mastectomias etc., onde há possibilidade de manutenção da anestesia sem aplicar nenhuma medicação extra, sendo que o anestésico é enviado ao organismo via inalatória evitando que este acorde durante o procedimento e reduzindo esforço de órgãos como fígado e rins para metabolização destes medicamentos.

Algumas das vantagens do procedimento é não haver contraindicação em caso de animais doentes renais ou cardiopatas e idade avançada por causar menos efeitos colaterais, além da manutenção anestésica eficaz e mais rápido retorno da anestesia onde em poucos minutos após desentubar o animal, este acorda mais rapidamente da em comparação com a anestesia injetável, onde o animal pode levar várias horas até acordar do procedimento. Qualquer dúvida ou mais informações consulte seu médico veterinário de confiança e verifique qual é a melhor anestesia para seu melhor amigo.

Este texto foi enviado pela Veterinária Lia Ferrari

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