A briga é minha…

No último domingo, por ocasião da convenção dos partidos aliados ao governo, o prefeito Volpi, em meio a mais um de seus inflamados discursos, chamou para si as responsabilidades pelos erros e acertos do mandato, criticou duramente os adversários e só faltou bater no peito e dizer “deixe o meu menino em paz”, em referência ao candidato majoritário apoiado pelo grupo, Dedé da Folha.

Prefeito, as críticas ao seu mandato realmente devem sim ser respondidas pelo senhor, especialmente em relação a Saúde, área em que vossa excelência, junto a seus secretários e conselheiros, demorou mais de sete anos para descobrir o óbvio: a gestão desta área de suma importância e com dotação orçamentária tão grande não poderia ficar a cargo de terceiros. Não vou aqui tecer comentários sobre o porquê desta incoerente terceirização (visto que o assunto está na Justiça e vamos aguardar o desfecho), mas sair em defesa do candidato governista julgo uma causa perdida. Se lhe perguntarem quais atributos credenciam Dedé a pleitear a Prefeitura, acho que o senhor mesmo, com seu rápido raciocínio, iria titubear, já que ele nada fez para merecer esta indicação.

Primeiramente, foi um mau vereador. De cara, ficou inelegível por três anos por abuso de poder econômico. A seguir, como presidente da Câmara Municipal, teve as contas de todo o seu mandato, de dois anos, declaradas irregulares, o tornando um “ficha suja”. Como vice-prefeito, poderia até mesmo ter assumido uma secretaria e mostrar serviço, mas preferiu se manter à sua sombra, apenas recebendo seus proventos por quase quatro anos.

É importante ressaltar que a história pune com o próprio sacrifício aqueles que tentam emplacar sucessores sem gabarito para assumir a responsabilidade de milhares de vidas que ficam sob sua batuta. Lembre-se de Maluf e Pitta, de Quércia e Fleury e não compre esta briga. O senhor pode perder feio e ser cobrado tanto pela cidade quanto pelo destino. E o preço será bem alto.

Gazeta

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