A alça de acesso ao Rodoanel está chegando. Como Ribeirão pode aproveitá-la?

Na última semana, foi confirmada a chegada de uma alça do Rodoanel para servir Ribeirão Pires. Mais do que uma assinatura, no caso a do governador Geraldo Alckmin, é um passo muito importante para o desenvolvimento da cidade.

 Obra deve ser concluída em 18 meses

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Mas o que Ribeirão Pires pode ganhar com este empreendimento? O que deve ser feito para aproveitá-lo em sua plenitude? Há algum risco de a cidade perder a oportunidade? Para responder a essas e outras questões, o Jornal Mais Notícias conversou com o professor Sandro Maskio, Coordenador do Observatório Econômico da Universidade Metodista de São Paulo, que faz estudos constantes sobre o panorama do Grande ABC. Em sua entrevista, ele elencou perspectivas positivas e fez alertas para o novo empreendimento.

Mais Notícias – Ribeirão Pires foi, recentemente, contemplada com um acesso à alça do Rodoanel. Quais benefícios a cidade pode ter com uma construção dessa natureza instalada?

Professor Sandro Maskio – O primeiro benefício em questão direta é a logística, o que traz melhorias principalmente no posicionamento em relação às esferas produtivas, já que o acesso a cidade fica mais fácil e também é um grande atrativo ter um empreendimento desta natureza no município.

MN – De fato, a Prefeitura planeja abrir um condomínio industrial na região

PSM – Isso é muito bom. Creio que, no local onde será construída a alça, reservar especificamente ao redor áreas para o setor industrial produtivo realmente faz muita diferença. Evidente que é preciso ver a questão legal, já que a cidade se encontra em área de mananciais, mas no ponto de vista produtivo este é o primeiro passo, porque certamente é uma vantagem diferenciada no ponto de vista logístico. Outro benefício importante é facilitar a condição de acesso ao município, tanto aos municípios vizinhos, quanto os municípios mais distantes. Com isso, é possível ainda fazer mais investimentos, até mesmo na parte turística, como outlets, espaços para shows e eventos, parques, e empreendimentos ligados a natureza, algo viável e que pode trazer mais visitantes a cidade. Há um grande potencial para a atração de novas atividades.

MN – Como é possível aproveitar esta oportunidade?

PSM – Para aproveitar bem, é preciso de um planejamento de médio e longo prazo, com investimentos de 2, 3, 5, 10 anos. Claro que não é possível fazer tudo que é desejado agora, mas não é impossível se você mantiver planejamento estruturado ao longo do tempo. Existe um caminho de novas possibilidades. O que não se pode é deixar a oportunidade passar.

MN – Como o senhor vê que a cidade poderia perder essa oportunidade?

PSM – Isso poderia acontecer se as cidades vizinhas forem mais rápidas e se planejarem melhor que Ribeirão. Se outras cidades forem mais rápidas e se planejaram melhor, alterando por exemplo a Lei de Zoneamento, ou já conseguindo atrair investimentos. A questão da rapidez dos processos é um diferencial nesse momento, já que são discussões que facilmente podem durar dois, três ou mais anos. Claro que há oportunidades para todos, mas também não dá para cruzar os braços e achar que a própria dinâmica vai resolver tudo. É necessário se planejar, mudar políticas públicas, fazer investimentos estruturais, como energia elétrica e internet. Tudo isso deve ser pensado com agilidade. O que não dá é ficar olhando a banda passar e morrer na janela.

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