Fim de ano é a época das férias, do verão, de confraternização e de gastos, afinal, são os presentes de Natal para a família e amigos, as compras para a ceia, as roupas novas para o Réveillon e por aí vai. Não há salário que chegue, muito menos 13º.
Passada a magia das festas, de volta à realidade, em janeiro, que podemos chamar de mês dos “I”s: IPVA, IPTU, “Ihhhhh, faltou dinheiro para o material escolar dos filhos”…
Para evitar essa situação logo na entrada do ano, Antonio De Julio, especialista em finanças e conselheiro da Associação Comercial de São Paulo (distrital Butantã), dá algumas dicas para começar 2011 em paz e com saúde física e financeira, “afinal, um bolso saudável ajuda até mesmo a cuidar melhor da nossa saúde e bem-estar”, ressalta ele.
Confira as sugestões.
1) Conheça a si mesmo antes de começar o Ano-Novo: saiba o quanto gastou por mês com água, luz, combustível, supermercado, compras, lazer e prestações em 2010. Coloque essas despesas em uma planilha e veja o que pode ser reduzido. Despesas relacionadas ao consumo (despesas variáveis) são mais fáceis de abater. O seu extrato bancário dos últimos 12 meses pode dizer maravilhas (ou não) ao seu respeito. Faça um mapa de todos os financiamentos e prestações adquiridas em 2010 e veja o quanto precisa de sua renda para tratar desses assuntos. Procure não contrair dívidas que consumam mais do que 30,35% de sua renda.
2) Só pense em adquirir um novo bem se estiver bem financeiramente.
3) Aprenda a mágica dos juros compostos em aplicações financeiras e a tragédia nas compras a prazo. Não se iluda com “essa parcela cabe no meu bolso tranquilamente”. Antes de fechar uma compra, entenda bem como funciona o mecanismo das prestações.
4) Dedique um pouco do seu tempo para pensar na sua carreira profissional. Será que na mesma empresa onde trabalha não existe uma oportunidade melhor? E nas outras empresas? Não vale a pena disparar alguns currículos, com a tranquilidade de estar empregado?
5) Não seja acomodado. O mundo gira, e cada vez mais rápido à medida que ficamos mais velhos.
6) Desenvolva seu network. Participe de grupos e fóruns relacionados à sua carreira
7) Não é só de empréstimos e financiamentos que vive o mundo. Se já tem um carro e pode esperar um pouco, um consórcio pode ser uma boa pedida para comprar um novo. Fuja do imediatismo.
8) Converse com sua esposa e filhos sobre planejamento doméstico. Um time que joga unido tem mais chances de ser campeão do que um time que tem um artilheiro que não passa a bola pra ninguém.
9) Quem deve cuidar da sua saúde financeira É VOCÊ! Conheça os planos que seu banco oferece e as taxas que ele cobra. Por mais experiente que o seu gerente seja, quem sabe onde aperta o calo é você.
10) Seja realista: não adianta querer ter uma casa na praia ou fazer “a viagem dos sonhos” devendo no cartão de crédito e no cheque especial. Concentre-se em quitar as dívidas e pense duas vezes antes de contrair uma nova.
Para finalizar, o especialista destaca: “O importante é viver em paz com o nosso dinheiro. Não podemos ter comportamento ‘bipolar’ com ele, isto é, no início do mês ele é ‘do bem’ e no fim do mês quando ele falta é ‘do mal’. Dinheiro deve ser a nossa base sólida para a prosperidade, para o nosso futuro. Não existe grandes lavouras sem pequenas sementes. Não existe grandes fortunas sem pequenos investimentos. Quem gasta mais do que ganha, não só está contraindo dívidas. Está deixando de plantar as sementes do seu futuro”.