Palestras ajudam dependentes químicos

O combate ao uso das drogas vem se tornando a cada dia uma batalha mais difícil, mas algumas ações que parecem pequenas são grandes passos para a recuperação de muitas pessoas. É o caso das palestras gratuitas promovidas pelo juiz Glauco Costa Leite, da Vara do Juizado Especial Cível e Criminal de Ribeirão Pires, com o apoio da Prefeitura Municipal, da OAB e do Ministério Público local. Na ação, que faz parte do Projeto JUSTO – Justiça e União Social a Toxicômanos, participam não somente usuários de drogas que sofreram ações penais na Comarca de Ribeirão Pires, mas também a população em geral.

“Notamos que as pessoas percebem que estamos lá para ajudar a combater o vício e não para puni-las por serem dependentes”, fala Dr. Glauco

O comparecimento às palestras (no mínimo a quatro) é a contrapartida do usuário de drogas à proposta de transação penal feita pelo Ministério Público ou à suspensão condicional do processo, que consistem em extinguir a ação após o cumprimento da obrigação assumida. Tais instrumentos estão previstos na Lei n° 9.099/95 que instituiu os Juizados Especiais Cíveis e Criminais, que são competentes para julgar as infrações penais de menor potencial ofensivo. Casos mais graves são encaminhados para clínicas de recuperação, quando se identifica a necessidade de internação.

Mais de 20 palestras já foram realizadas e a última deste ano será na próxima segunda-feira (13), às 19h30, no Ribeirão Pires Futebol Clube. “A partir de janeiro de 2011 as palestras deixam de ser uma vez por mês e passam a ser duas vezes por mês”, fala Dr. Glauco.

Atualmente, o juiz acompanha 30 casos de usuários de entorpecentes, com idades que vão desde os 18 até pessoas com mais de 50 anos. Segundo Dr. Glauco, há uma média mensal de 23 novos casos de uso de entorpecente em Ribeirão Pires.
A equipe que ministra as palestras é formada por profissionais, ex-dependentes e seus familiares que, em caráter voluntário, explanam sobre as drogas e suas consequências na família e na sociedade, além dos caminhos a serem traçados na reintegração do dependente. O juiz fala que os participantes entendem o objetivo da ação. “Notamos que as pessoas percebem que estamos lá para ajudar a combater o vício e não para puni-las por serem dependentes. Tem havido também um crescimento no acompanhamento de familiares nas palestras, o que é fundamental para a recuperação”.

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