No ano passado, o índice de reciclagem de latas de alumínio para bebidas foi o maior da história: o país reciclou 98,2% do total de embalagens comercializadas no mercado interno. O dado foi informado pela Associação Brasileira do Alumínio (ABAL) e Associação Brasileira dos Fabricantes de Latas de Alta Reciclabilidade (ABRALATAS). De acordo com as duas entidades, foram recicladas no ano 14,7 bilhões de latinhas, o correspondente a 40,3 milhões por dia ou 1,7 milhão por hora.
O resultado mantém o Brasil na liderança mundial desde 2001. Em 2009, o volume de latas coletado foi 19,9% maior que o registrado em 2008, enquanto as vendas de latas de alumínio para bebidas cresceram 12% no mesmo período. As associações atribuem esse recorde aos seguintes fatores:
– Crescimento da coleta seletiva no Brasil (conforme dados divulgados pelo CEMPRE – Compromisso Empresarial para Reciclagem -, em 1994 existiam 81 municípios brasileiros com programas permanentes; em 2010, já são 443);
– Mercado estabelecido em todo o país (centros de coleta, facilidade de transporte e venda);
– Fonte alternativa de emprego e renda (maior valor como sucata);
– Maior consciência da sociedade sobre a importância da reciclagem para garantir a sustentabilidade;
– Diversificação no uso de sucata de latas de alumínio – além da fabricação de novas latas, a sucata destina-se a outras aplicações;
– Continuidade de programas de educação ambiental, sobretudo nas grandes cidades.
Queda na emissão de CO2 – Um levantamento feito pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), a pedido do Ministério do Meio Ambiente (MMA), mostrou que o processo de reciclagem de alumínio libera apenas 5% das emissões de CO2, quando comparado com a produção de alumínio primário. Para cada tonelada de alumínio reciclada, a indústria deixa de emitir o equivalente a cinco toneladas de CO2.
A pesquisa constatou também que os ganhos econômicos, ambientais e climáticos do Brasil com a reciclagem de alumínio, aço, vidro, plástico e celulose chegam a R$ 2,5 bilhões por ano. A economia de energia elétrica com a reciclagem de alumínio no Brasil é equivalente ao consumo anual de uma cidade de um milhão de habitantes, ou aproximadamente o que o país economiza por ano com a implantação do horário de verão. Com a reciclagem da lata evita-se ainda a extração anual de 830 mil toneladas de bauxita, minério do qual se obtém o alumínio. Cada tonelada de lata reciclada substitui de quatro a cinco toneladas de bauxita.
Como funciona a reciclagem de alumínio – O processo de fabricação das chapas de alumínio provenientes da reciclagem de sucata é totalmente controlado e não oferece risco algum ao consumidor. Antes mesmo de descarregar os fardos dentro da fábrica de fundição, os veículos que transportam a sucata passam por um detector de radioatividade, para comprovar que as latas não provêm de lixões. Se autorizados, os fardos são desmanchados e picotados. Em seguida, as etapas de separação eletromagnética e por diferença de densidade eliminam todos os componentes que são chamados de impurezas, os que não são alumínio. Ainda antes de fundir, essa matéria-prima passa por um forno a 550º C que retira tintas, vernizes e óleo, assim, apenas quando houver nada além de alumínio, o material é fundido à 650º C. Antes de ser transformado em chapas para a fabricação de novas latas, o metal líquido é submetido a análises químicas com precisão de pureza em “partes por milhão”. Apenas após passar por todas as etapas de qualidade, o alumínio é transformado em chapa de alumínio e é transformado em novas latas de bebidas, totalmente seguras para o consumo. (Fonte: ABRALATAS).