Você sabia que o papel tem um limite para reciclagens? Segundo a ABTCP (Associação Brasileira Técnica de Celulose e Papel), ele tem vida útil que varia entre quatro e sete reciclagens sendo que, a cada uma delas há uma queda de qualidade.
A entidade explica que na primeira etapa, quando virgem, ele pode ser utilizado como sulfite. Na segunda, ainda pode ser usado desta forma, mas ele precisa de uma adição de papel virgem. Na terceira, pode embalar mercadorias. A seguir, virar caixa de papelão e, na última delas, rechear o miolo destas caixas.
O papel reciclado, além de ajudar a diminuir o volume de lixo e a derrubada de árvores, também estimula a geração de renda, já que fortalece as cooperativas de reaproveitamento de materiais que vem crescendo ano a ano. Na Europa, por exemplo, há locais em que o papel reciclado custa menos que o comum, já que a coleta seletiva funciona com eficácia e também há escassez de celulose. Além disso, como não se usa mais o cloro para branquear o papel, diminuindo a poluição causada pelo processo, o retorno ambiental é muito maior.
No Brasil, como a coleta seletiva ainda é baixa, girando na casa dos 35%, a maior parte é para uso em embalagens e não para impressão. Por isso, enquanto a situação não melhora, é importante fazermos nossa parte enquanto cidadãos. Se não for possível adotar o reciclado, que se use o certificado. Papeis que tem o selo da FSC International (Forest Stewardship Council), organização que estabelece critérios para um manejo sustentável das florestas são produzidos por empresas que alteram as florestas ou habitat naturais, respeitam direitos humanos e dos trabalhadores, atendem as leis aplicáveis e não utilizam produtos químicos perigosos, além de reutilizar a água e os resíduos do processo são reutilizados e utilizar madeira de reflorestamento e manejo sustentável. Não é o ideal, já que causa alguns impactos como a perda da biodiversidade, mas já é um começo.
No dia a dia, o que podemos fazer é otimizar o uso do papel, procurando usar os recursos online ao máximo, evitando assim as impressões, utilizar os dois lados de papel para imprimir, reutilizá-lo o quanto possível e, principalmente, cobrar o poder público e fazer uso efetivo da reciclagem. Enfim, fazer uso do papel com responsabilidade. O planeta agradece.