Faltam dois anos para o Brasil receber o maior evento futebolístico do planeta: a Copa do Mundo. O país se prepara para promovê-la com a devida pompa e com um diferencial: ser a primeira nação a sediar um Mundial sustentável.
A empresa Green Building Council Brasil, responsável por monitorar as obras da Copa, irá avaliar e emitir o certificado Leed, (Liderança em Energia e Design Ambiental), concedido a edificações ambientalmente corretas.
Para se tornar sustentável, a construção de um estádio deve seguir regras básicas como localização ecológica, otimização do uso de materiais e recursos, eficiência energética, cuidado com emissões na atmosfera, além de primar por qualidade ambiental no interior da edificação.
A empreitada tem o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico Social (BNDES) como principal incentivador. A instituição financia a obra a juros baixos e, em contrapartida, exige o cumprimento do padrão sustentável dentro e ao redor das arenas.
O BNDES estabelece três fases de análise para a obtenção do certificado nas arenas da Copa: a primeira avaliação ocorre na prévia do projeto. A segunda, na etapa final, com a obra concluída; e a última se dá no início de operação do estádio, quando os equipamentos são finalmente testados e a sustentabilidade efetiva é conferida.
Entre os estádios previstos para sediar os jogos da Copa, em 2014, oito já estão em processo de certificação para o selo verde. Os mais adiantados são os de Brasília (Estádio Nacional Mané Garrincha) e Cuiabá (Arena Pantanal), que já enviaram a documentação exigida. Além disso, o primeiro manifestou a intenção de obter o selo no nível platina, o mais alto na escala do Green Building Council. Ainda buscam certificação os estádios de Manaus, Natal, Fortaleza, Salvador e Recife.
Ações – As obras dos estádios do Maracanã e do Mineirão também estão sendo executadas visando beneficiar o meio ambiente. Para obter o selo Leed, as reformas das arenas se adaptaram para seguir uma série de especificações, como reaproveitamento de recursos, diminuição da produção de detritos, além da utilização de materiais recicláveis.
Com o intuito de diminuir os impactos ecológicos da reforma, o estádio carioca já adotou algumas medidas, como lavar as rodas de todos os caminhões que saem do canteiro. Essa é uma das práticas que evitam que a sujeira alcance a rua.
No Mineirão, toda terra foi reaproveitada. Uma quantidade de aproximadamente 850 mil m³ foi reutilizada em outras obras, loteamentos da região metropolitana. O concreto foi britado e utilizado em pavimentação de ruas da cidade e de municípios vizinhos. As cadeiras do estádio foram doadas para ginásios e estádios do interior do estado e a parte metálica, sucata, foi reaproveitada através de reciclagem.
O selo Leed também exige a diminuição do consumo de energia e o aumento da eficiência energética na edificação. No Maracanã, por exemplo, existem dois tipos de placas que serão implantadas: as solares para aquecimento de água e as que transformam a energia do sol em energia elétrica. No topo da cobertura, há um anel de compressão, com 900m de perímetro, onde serão colocadas as placas, sendo a melhor posição para captar a luz solar e reutilizá-la em forma de energia elétrica dentro do estádio.
A Fifa, entidade máxima do futebol mundial, tem mostrado preocupação com a sustentabilidade. O primeiro plano da organização é tornar obrigatória a obtenção de certificados ecológicos para os estádios dos próximos Mundiais.