O foco ambiental no Festival do Chocolate

A 7ª edição do Festival do Chocolate, que terminou no último domingo (14), teve diversos focos: o gastronômico, o cultural, o de lazer, e o da solidariedade, já que os ingressos para os shows realizados na tenda do Complexo Ayrton Senna foram trocados por um quilo de alimento não-perecível, revertidos para as entidades sociais da cidade. Mas o evento teve mais um propósito, tão importante quanto os outros: o de colaboração com o meio ambiente.

Com patrocínio e apoio da Prefeitura, Sephama montou Estação de Coleta Seletiva no Festival do Chocolate

No Complexo Ayrton Senna, atrás da SEJEL (Secretaria de Juventude, Esporte, Lazer, Cultura e Turismo), foi montada uma Estação de Coleta Seletiva para captação de resíduos durante todo o evento e que contou com a participação da Cooperpires (Cooperativa de Catadores de Ribeirão Pires). “Através de patrocínio e apoio da Prefeitura, conseguimos montar essa Estação. Na área do Festival, colocamos cinco jogos de coletores coloridos (para separação de materiais recicláveis), quinze tambores de 200 litros e trinta lixeiras de 50 litros. Em parceria com o pessoal da limpeza urbana, a gente organizou para que os garis fizessem toda a substituição dos sacos e a parte de higienização das lixeiras, trazendo depois o material coletado até um ponto que a gente especificou e o pessoal da Cooperpires fez a triagem de todo esse material dentro da festa mesmo”, conta a secretária adjunta de Saneamento de Ribeirão Pires, Karin Kelly da Silva.

Na sexta-feira, o trabalho começava às 18h; aos sábados, às 15h e aos domingos, às11h, concluindo-se em todos esses dias por volta das 23h30. Vinte e três membros da Cooperpires se revezaram no período em que durou o Festival. Dois funcionários da Sephama (Secretaria de Planejamento Urbano, Habitação, Meio Ambiente e Saneamento Básico) os acompanhavam para dar apoio quanto à alimentação ou para qualquer problema que eles pudessem ter.

Todo material triado era colocado em um caminhão, que descarregava os resíduos na Cooperpires no dia seguinte. Lá, eles foram prensados, ficando prontos para serem vendidos. O que não passou na triagem, como itens de isopor (já que não são fáceis para comercialização), seguiram para o aterro sanitário da Lara, empresa responsável pela coleta de lixo em Ribeirão Pires.

Cooperados coletaram, nos nove dias de evento, 1.790 quilos de materiais recicláveis

Nos três finais de semana do Festival do Chocolate, foram coletados 1.790 quilos de materiais. A maior quantidade foi de misto de plástico (copos, pratos, sacolinhas, garrafas PET…) – 728 quilos. A segunda maior coleta foram as latinhas de alumínio -324 quilos.

O espaço voltado à separação de itens recicláveis possuía ainda uma área de convivência, para garantir o bem estar dos cooperados, com mesas e cadeiras, que também poderia ser utilizada pelos familiares que aguardavam o término do trabalho.

A cooperada Maria das Dores Moreira da Silva, a Dorinha, 64 anos, aprovou a estrutura montada em prol da reciclagem neste ano. “Trabalhamos em todas as festas, mas esse ano foi bem diferente, foi melhor, tivemos muito apoio”.

Ideia levada adiante – A Estação de Coleta Seletiva foi montada para a 7ª edição do Festival do Chocolate, mas com o propósito de ser uma ação fixa. “Depois do sucesso que foi essa iniciativa, vamos ver se conseguimos mais uma ou duas unidade dessa Estação, para montar em algum lugar que seja interessante. Queremos também levá-la para todas as grandes festas da cidade. Estamos ainda com um projeto de colocar 20 eco pontos espalhados no município. Pegamos um modelo e já estamos atrás de orçamento”, fala Karin.

Além desses projetos, a coleta seletiva de Ribeirão Pires ganhará mais um reforço em breve. No início de setembro, deve ser inaugurado o novo galpão da Cooperpires, que ficará na mesma área do atual. Os cooperados passarão de um local com pouco mais de 200m² para 600m². O imóvel onde eles estão hoje será utilizado para estoque. Com esse novo espaço, os trabalhadores poderão dar atenção especial ao lixo eletrônico (dois, inclusive, fizeram um curso relacionado à esse material na Universidade de São Paulo) e pretendem fazer, a partir de garrafa PET, fio de varal para vender à outra cooperativa.

Há ainda outro projeto, que entrará em fase de licitação em breve, para a construção de um galpão para coleta de recicláveis em Ouro Fino, que atenderá também o bairro da  Quarta Divisão.

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