Em maio, o Instituto Acqua – Ação, Cidadania, Qualidade Urbana e Ambiental – completou 12 anos de atuação em diversas áreas, entre elas, como a tradução da sigla diz, a questão ambiental. A primeira sede da entidade foi instalada no Parque Milton Marinho de Moraes, em Ribeirão Pires, onde foi criado o Centro de Referência Ambiental. Atualmente, o Acqua está localizada na Praça Sabará, próximo ao Centro da cidade. A entidade nasceu no município ribeirãopirense, mas seu propósito ia muito mais além. “O Acqua nasce como uma ação local, mas efetivamente com uma preocupação regional, até porque qualquer ação do ponto de vista dos problemas ambientais não se descolam dos problemas regionais, eles são comuns. Ela (Acqua) nasce com uma preocupação relativa às questões urbanas e ambientais e a entidade dá um passo à frente em relação ao ecologismo mais clássico. As questões ambientais da região se confundem do ponto de vista da ocupação urbana, da atividade econômica com os seus recursos naturais. Esse é o grande conflito da região”, conta o coordenador de projetos, Ronaldo Queródia.
O ano de 2003 foi um divisor de águas na história da entidade. Além de ser reconhecida legalmente como OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público), o Acqua participou da elaboração da “Agenda 21” em Ribeirão Pires, cujo objetivo era apresentar propostas de desenvolvimento sustentável para o município, com metas a serem cumpridas a curto, médio e longo prazo. Entre as ações discutidas na época, por exemplo, estava a implantação de uma usina de reciclagem de entulho (curto prazo).
Hoje, o Instituto, que pela segunda vez, está na vice-presidência do Subcomitê Billings-Tamanduateí, representado pelo arquiteto e urbanista Fábio Vital, visa o resgate do que foi discutido há oito anos. “A Agenda trouxe a discussão do futuro do município e o que aconteceu, que evoluções tiveram? Queremos retomar isso”, fala a diretora presidente do Acqua, Ana Teresa Galasso. “A ideia é que Agenda tivesse uma dinâmica e ela dava parâmetros, naquele momento, para a gente pensar a cidade em um ponto de vista de um desenvolvimento sustentável”, completa Ronaldo, que naquela ocasião, fazia parte do governo, como secretário.
Além disso, o Acqua pretende retomar outros projetos na cidade. “Estamos formatando algumas ideias e resgatando alguns projetos. A gente propôs para o município a questão de recuperar os agentes de preservação de meio ambiente. Temos resgatado alguns projetos no sentido de capacitar as pessoas e educá-las para a preservação. Tem essa questão agora das sacolinhas plásticas. A gente foi deseducado, porque antes não usava sacolinha, a gente separava lixo orgânico do não orgânico… Com essa coisa da comida mais fácil, do fast-food, se produz muito mais lixo do que antes, então, tem algumas preocupações que a gente está retomando, discutindo e propondo. A Cooperpires, por exemplo, tem mão de obra, mas não está organizada, então a gente quer capacitar, qualificar, fazer com que o lixo vire renda… a gente está mapeando as potencialidades do município em relação à algumas instituições já formadas para estimular e resgatar”, conta Ana.
O Acqua tem inscritos projetos junto à diversas entidades em busca de parcerias, como a Fundação Banco do Brasil e o Ministério da Justiça. A Cooperpires está inserida em um deles. “Com a Cooperpires a gente está com um projeto junto ao Banco do Brasil, que tem um Departamento de Sustentabilidade Regional (DSR), que colabora para unir projetos e ideias. O projeto tenta resgatar a Cooperpires, qualificá-la para fazer recurso; estamos esperando ser avaliado. Encaminhamos um projeto para trabalhar uma cooperativa de costureiras, que transforma lonas em bolsas, carteiras… elas estão em caráter bem embrionário, então formatamos um projeto junto à Fundação Banco do Brasil. A gente tem trabalhado no sentido de mapear as necessidades e potencialidades locais e formatar projetos que resgatem isso tudo”.
O Instituto tem elaborado também projetos de educação ambiental voltados para as escolas. “Se você começa a informar a criança, ela começa a proliferar isso dentro da casa dela, com os amigos. Ribeirão tem que ter um cuidado muito grande porque ela tem um potencial hídrico absurdo, mas se a gente não cuidar disso…”, conclui Ana.
O trabalho do Instituto Acqua pode ser acompanhado através do site www.institutoacqua.org.br e também nas Redes Sociais Twitter (@ACQUA_OFICIAL) e Facebook.