Governo do Estado busca novas alternativas para o lixo

O decreto assinado pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), que visa extinguir as sacolas plásticas de supermercados, não será a única medida para amenizar o problema do lixo. Segundo o Assistente Técnico da Secretaria de Desenvolvimento Metropolitano, Cezar de Carvalho, o Chefe do Executivo estadual determinou para todos os secretários a busca por soluções para melhorar a questão do lixo no Estado e, em especial, na Grande São Paulo.

Modelo apresentado foge da compactação e incineração de lixo

Um novo modelo para o trato desse assunto foi apresentado à Pasta onde Cezar atua ao lado do secretário Edson Aparecido. “O modelo de lixo hoje que nós utilizamos no Brasil e em São Paulo é de compactação, ou de incineração. O primeiro gera problema, como aconteceu recentemente em Itaquaquecetuba (um aterro explodiu no mês passado). Os incineradores emitem CO2 em um volume muito forte, então, tenta-se buscar alternativas. Dois técnicos e um cientista nos exibiu, em caráter bem embrionário, um vídeo com um modelo um pouco diferente da incineração e totalmente diferente da compactação: é um modelo que destrói as moléculas da célula de qualquer produto: ferro, plástico, papel, vegetal, madeira, e na destruição ele vai gerar dois produtos: óleo e o carvão. Segundo os técnicos que mostraram o vídeo, esse modelo custa R$ 30 milhões para atender uma população de 200 mil habitantes”, conta Cezar, que recebeu a incumbência de acompanhar a proposta ao lado do ex-deputado e também atuante na Secretaria de Desenvolvimento Metropolitano, Rodolfo da Costa e Silva.

A ação que transforma o resíduo sólido resultante do processo de seleção dos recicláveis em substrato orgânico e até mesmo em óleo combustível é denominada BioUsina. Ela tem como objetivo diminuir o impacto social e ambiental provocado pelos resíduos urbanos e já é utilizada em alguns países, como Alemanha. “Lá já está mais evoluído, tanto é que o óleo que é produto da explosão da molécula da célula, eles já conseguiram o processo em que o óleo vira querosene, amplamente comercial e o carvão vira um carvão industrial”, fala Cezar.

Cezar de Carvalho, Assistente Técnico da Secretaria de Desenvolvimento Metropolitano, conhecerá a planta piloto do projeto, em Mauá

Em São Paulo, existem duas usinas pilotos: uma em Mauá e outra em Campinas. Nos locais é possível observar todo o seu funcionamento, inclusive o do reator que consegue quebrar a molécula do lixo com a utilização do choque térmico. Segundo o projeto, ao final do processo, há uma redução de 78% do volume e 66% do peso do lixo. De cada tonelada de lixo, sobra apenas 354 quilos de resíduos. “Vamos conhecer in loco a planta piloto de Mauá para ver o processamento dela”, diz Cezar, que acrescenta: “No vídeo institucional, me pareceu interessante, o secretário acha que é uma situação que a gente tem que dar atenção e nós daremos à essa e outras ideias que venham solucionar o lixo, principalmente na região metropolitana. É algo interessante do ponto de vista ambiental, retirará muitos problemas. É o governo buscando alternativas para a solução do lixo”.

Na segunda-feira (16), o secretário de Estado de Desenvolvimento Metropolitano, Edson Aparecido, iniciou visita às cidades de Madri e Barcelona, na Espanha, com o objetivo de colher experiências bem sucedidas de destinação de resíduos sólidos, onde visitará empresas especializadas na gestão desses resíduos. O secretário ainda tratará de outros assuntos, entre eles como funciona a gestão e planejamento metropolitano das cidades e o que é feito na recuperação e reestruturação de áreas degradadas.

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