A Fundação SOS Mata Atlântica lançou ontem uma Plataforma Ambiental em São Paulo, com o objetivo de apresentar as principais questões ambientais da atualidade que precisam ser discutidas, respondidas e solucionadas pelos próximos dirigentes do País. A intenção do grupo é sugerir aos candidatos uma série de medidas voltadas à preservação ambiental para serem incorporadas aos planos de governo como compromisso real. O evento aconteceu no auditório Franco Montoro da Assembléia Legislativa e nas próximas semanas haverá lançamentos em outras capitais brasileiras.
O diretor de Políticas Públicas da SOS Mata Atlântica, Mario Mantovani, afirmou que “os eleitores precisam cobrar de todos os candidatos uma atenção especial a uma agenda socioambiental que atenda às necessidades da população para o desenvolvimento sustentável do Brasil”.
Uma das funcionalidades da plataforma é aproximar o cidadão ao candidato, permitindo que as pessoas entreguem ao político propostas baseadas no plano ambiental. Os candidatos poderão mostrar publicamente seu compromisso com os temas apresentados na Plataforma. “Dessa forma, todos poderão participar e acompanhar de perto o andamento da campanha. A sociedade mostrará que está atenta às questões ambientais e os políticos, o seu interesse pela temática”, reforça Mantovani.
O documento é composto por cinco agendas principais: Água e Saneamento, Incentivos Econômicos e Fiscais, Biodiversidade e Florestas, Mudanças Climáticas e Institucional. Essa Plataforma é o resultado da colaboração dos voluntários da SOS Mata Atlântica, que se reuniram diversas vezes para discutir as principais questões ambientais da atualidade, gerando relatórios que foram debatidos de forma colaborativa também pelos funcionários da SOS Mata Atlântica e por membros da Frente Parlamentar Ambientalista, dando origem a dois documentos principais: uma versão da Plataforma Ambiental para o Brasil e uma específica para os Estados da Mata Atlântica, que possuem os mesmos eixos.
O documento exige um compromisso com a responsabilidade socioambiental do país, critérios corretos para a liberação de licenciamento ambiental, incentivo para a redução da demanda de energia oriunda de fontes fósseis (petróleo, gás e carvão), subsídios ao desenvolvimento de energias renováveis, criação e integração das ferrovias e hidrovias no transporte de cargas, captação de água das chuvas e aumento da permeabilidade dos solos em todas as bacias hidrográficas do país e o fortalecimento da organização de cooperativas ou associações de catadores. Além disso, a Plataforma destaca o estabelecimento de medidas voltadas à proteção das espécies da flora e da fauna silvestres, especialmente as ameaçadas de extinção, a implementação da Política Nacional de Biodiversidade e incentivos econômicos e fiscais para proprietários de terra que mantiverem suas áreas preservadas.
No Brasil, 17 Estados compõem a zona da Mata Atlântica e, por isso, uma versão dessa proposta da ONG propõe iniciativas nas mesmas agendas, porém adaptadas para as competências legislativas e executivas da região.
Histórico – Há 20 anos, a SOS Mata Atlântica trabalha com plataformas ambientais. Sempre com a intenção de propor diretrizes para as três esferas de poder para a implantação de uma agenda ambiental. O objetivo principal da Plataforma é funcionar como uma referência para as questões ambientais de forma ética e responsável. Os conceitos são apresentados na forma de sugestões e normas que tornam possíveis cobrar a atuação futura dos representantes políticos na proteção ao meio ambiente.
Criada em 1986, a Fundação SOS Mata Atlântica é uma entidade privada sem fins lucrativos, que tem como missão promover a conservação da diversidade biológica e cultural do Bioma Mata Atlântica e ecossistemas sob sua influência, estimulando ações para o desenvolvimento sustentável. Além disso, promove a educação e o conhecimento sobre a Mata Atlântica, mobilizando, capacitando e estimulando o exercício da cidadania socioambiental. A entidade desenvolve projetos de conservação ambiental, produção de dados, mapeamento e monitoramento da cobertura florestal do Bioma, campanhas, estratégias de ação na área de políticas públicas, programas de educação ambiental e restauração florestal, voluntariado, desenvolvimento sustentável e proteção e manejo de ecossistemas.