Por Eliana Maciel de Góes
Médica Veterinária
CRMV 4.534
A raiva continua representando um grave problema de saúde pública, pois apresenta um índice de letalidade de 100% para os indivíduos doentes. Apesar de existirem dois casos recentes de raiva humana que evoluíram para a cura, ocorridos nos Estados Unidos e em Recife/Brasil, outros casos submetidos aos mesmos protocolos de tratamento não tiveram êxito.
Os últimos casos de raiva em cães e gatos, no Estado de São Paulo, têm ocorrido pelo contato com morcegos, sendo que o último caso de RAIVA HUMANA, em 2001, foi transmitido por um gato de cinco meses de idade infectado pelo Desmodus rotundus (morcego “vampiro”).
Os casos clássicos de raiva canina e felina no Estado de São Paulo estão sob controle, porém, existe um contingente de cães e gatos susceptíveis (sem a vacina) que favorece a reintrodução do vírus da raiva.
Em 2010, o Ministério da Saúde distribuiu novas vacinas (de cultivo celular) que garantem uma maior imunidade, porém com a ocorrência de eventos adversos nos primeiros dias da campanha, houve a imediata interrupção da vacinação dos cães e gatos no Estado de São Paulo e, posteriormente, o Ministério da Saúde determinou suspensão das campanhas em todo o território brasileiro.
Para 2011 estão sendo adotadas providências para que as campanhas municipais, tradicionalmente realizadas no mês de agosto, possam acontecer sem novos percalços.
A forma mais eficaz de impedir a ocorrência de raiva humana transmitida por cães e gatos é manter os animais destas duas espécies vacinados, de modo a formar uma barreira imunológica que impeça a disseminação do vírus. Seja em órgãos oficiais ou em estabelecimentos veterinários particulares, os proprietários precisam ser incentivados a vacinar seus animais de estimação.