Casos de homicídio têm queda no Grande ABC

São Paulo reduziu em 18,95% o número de homicídios dolosos no primeiro trimestre, o que levou a taxa de homicídios, pela primeira vez, a iniciar um ano abaixo de 10/100 mil, patamar que é considerado não epidêmico pela Organização Mundial de Saúde (OMS). De janeiro a março, foram registrados 992 homicídios dolosos no Estado, contra 1.224 nos primeiros três meses de 2010 – 232 casos a menos. É a menor quantidade de crimes contra a vida registrada num primeiro trimestre, desde 1996, quando começou a série histórica – e também a primeira vez que o número de homicídios de janeiro a março é inferior a 1.000.

Na região do Grande ABC também foi registrada essa queda. Veja a comparação entre o primeiro trimestre de 2011 e 2010 nos quadros abaixo:

2011

Cidade Homicídio doloso Estupro Roubo Roubo de veículos Furto Furto de veículos
Diadema 9 25 968 553 652 263
Mauá 15 22 488 246 763 197
Santo André 16 30 1503 812 2037 700
São Bernardo 18 38 1475 944 1493 549
São Caetano 0 3 339 224 474 173
Ribeirão Pires 3 7 83 50 177 66
Rio Grande da Serra 0 3 20 1 36 1

 

2010

Cidade Homicídio doloso Roubo Roubo de veículos Furto Furto de veículos
Diadema 22 944 532 716 260
Mauá 4 482 176 794 253
Santo André 29 1548 619 1738 641
São Bernardo 19 1645 726 1724 479
São Caetano 0 348 266 481 152
Ribeirão Pires 8 96 35 209 49
Rio Grande da Serra 0 22 1 73 1

 *Não há no site informação sobre o número de estupros

De janeiro a março, foram registrados 992 homicídios dolosos no Estado, contra 1.224 nos primeiros três meses de 2010 - 232 casos a menos

São Paulo, quarta maior cidade do planeta, com 11 milhões de habitantes, deu decisiva colaboração para a redução recorde dos homicídios no Estado. Em São Paulo, a diminuição foi de 41,49%,  com 156 mortes intencionais a menos. Na Grande São Paulo, os homicídios também recuaram 10,92%, com 31 casos a menos. No interior, a queda foi de 7,98%, com 45 homicídios a menos.

Embora o ideal seja zero homicídio, se mantida nos três próximos trimestres a mesma quantidade de mortes intencionais registradas até março, São Paulo fechará 2011 com 9,52 mortes intencionais por grupo de 100 mil habitantes. Seria a primeira vez na história, que o Estado alcançaria uma média abaixo 10/100 mil, praticada em países desenvolvidos e admitida pela OMS.

Ações articuladas
A redução contínua das mortes intencionais já ultrapassa 70,3% em São Paulo. A taxa de homicídios do Estado, que agora chega à projeção de 9,52/100 mil em 2011, caiu de 35,27/100 mil, em 1999, para 10,47/100 mil, no ano passado. A taxa média anual do Brasil é de 25 homicídios dolosos por 100 mil habitantes.

A Secretaria da Segurança Pública atribui a redução recorde dos homicídios à manutenção de políticas de segurança de recolhimento de armas ilegais, identificação e prisão de criminosos, melhoria da gestão policial, incremento do uso da inteligência policial e investimento em tecnologia da informação.

Todos os 645 municípios do Estado dispõem dos sistemas RDO (Registro Digital de Ocorrências) e Infocrim (Informações Criminais). Todas as regiões do interior e litoral contam com pelo menos um helicóptero Águia da PM. O sistema de radiocomunicação digital equipa viaturas e unidades policiais das cidades polo do interior e litoral, que concentram maior criminalidade.

A sazonalidade no Estado concentra maior número de homicídios no verão e menor no inverno. Em 2010, quatro meses apresentaram taxas de homicídios abaixo de 10/100 mil: junho, julho, agosto e setembro. No começo de 2011, nota-se uma mudança deste padrão sazonal, com significativa redução das mortes intencionais em meses quentes. As tentativas de homicídio retrocederam 9,59% no primeiro trimestre de 2011, comparadas a igual período do ano passado. Foram 1.264 casos, contra 1.398 em 2010 – 134 crimes a menos.

Eficiência policial –  As Estatísticas da Criminalidade mostram maior eficiência da ação policial no primeiro trimestre de 2011. O número de prisões de suspeitos aumentou 6%. As polícias registraram 31.787 prisões, 1.802 a mais que no primeiro trimestre de 2010. Os flagrantes de tráfico de drogas, considerados uma medida da atividade policial, registraram aumento de 19%, com 8.805 casos – 1.429 a mais do que em igual período de 2010. As polícias apreenderam 4.521 armas ilegais de janeiro a março.

Crimes com armas – Três dos cinco crimes cometidos mediante grave ameaça voltaram a cair. Houve 1.633  roubos a menos – queda de 2,94%. Os roubos a banco também diminuíram de 66 para 59 casos – redução de 10,61%. A extorsão mediante sequestro, crime que mantinha patamares mais baixos que a média histórica, voltou a cair, de 25 para 18 casos – sete a menos que no primeiro trimestre de 2010. Depois da queda de 16,5% ao longo de 2010, os latrocínios mantiveram tendência estável, com 75 casos no Estado, contra 73 no primeiro trimestre do ano passado.

Crimes de oportunidade – Entre os crimes de oportunidade, os furtos de veículos, com tendência de queda desde 2000, oscilaram 7,7% para cima. Há que se considerar que a polícia localizou, recuperou e devolveu aos proprietários 43% dos veículos furtados ou roubados. Nos últimos 10 anos, o risco de furto e roubo de veículos no Estado caiu 55,8%, de 1.891,52/100 mil veículos para 836,11/100 mil. No período, a frota estadual cresceu de 12,4 para 20,2 milhões de veículos.

Atualização – A partir de abril, os dados da criminalidade do Estado de São Paulo passam a ser divulgados mensalmente e por distrito policial no portal da Secretaria da Segurança Pública. As atualizações das estatísticas passarão a ser feitas com maior frequência. Uma tentativa de homicídio que evolui para um homicídio, por exemplo, após uma notificação da unidade policial responsável pela investigação para a CAP, seria atualizada no trimestre seguinte. Agora, com a divulgação mensal, as estatísticas ganham um contorno mais dinâmico.

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