No final da noite da última quarta, uma grande novidade movimentou o cenário político de Ribeirão Pires e, por conseqüência, o grupo governista: a saída do vereador Zé Nelson, que estava no PPS e se filiou ao PSD, nova legenda que tem como principal expoente e fundador o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab.
A decisão, que já vinha sendo maturada há algum tempo, se concretizou após reunião realizada na Câmara Municipal, que teve a presença de importantes lideranças políticas da cidade, como o vereador e presidente municipal da legenda Koiti Takaki, o vereador Saulo Benevides e também o presidente da Câmara Municipal Gérson Constantino (sem partido).
Segundo Zé Nelson, que durante o encontro também assinou sua ficha de filiação, a decisão tem como objetivo a conquista de mais espaço político na cidade: “estamos formando um grupo forte para concorrer às próximas eleições”, afirmou, antes de revelar que já existe, inclusive, um nome de consenso para uma pré-candidatura ao Paço Municipal: “vamos buscar eleger o Saulo (Benevides) e iremos, futuramente, analisar qual o melhor nome para vice”.
Outro fator que pesou para a decisão foi também a aceitação do pré-candidato junto a população: “fiz pesquisas na quarta divisão e a população aceitou muito bem o nome dele (Saulo)”, afirmou o mais novo membro do PSD, antes de ressaltar que “o grupo está fechado” em torno deste nome.
Apesar da composição estar com seus olhos voltados ao futuro, há uma definição bem clara sobre o presente: “não seremos oposição (ao governo Volpi), mas sim um grupo de composição. Estaremos junto ao prefeito até o fim do mandato”. Ou seja: há a cisão partidária, mas a ala governista permanecerá inalterada.
Os bastidores da política na cidade estão fervilhando e a movimentação do PT, que chegará com força ao pleito do ano que vem, não passou despercebida, o que deve resultar em muitas novidades até o dia 7 de outubro, quando se encerra a “janela de transferência” partidária. Aliás, segundo Zé Nelson, uma composição com o partido de oposição não está descartada: “estamos abertos a conversação com todas as legendas”.
Ao final, o vereador fez questão de garantir que a decisão de deixar o PPS, partido do vice-prefeito Edinaldo de Menezes, o Dedé, é irrevogável: “não tem volta”, concluiu.