Uma séria denúncia, publicada nas redes sociais na manhã de ontem, colocou em risco a realização do concurso público de Ribeirão Pires, agendado para este domingo. A insinuação afirmava que o gabarito oficial teria sido vazado por um assessor próximo do prefeito e que os questionários eram impressos irregularmente em uma sala improvisada na Secretaria de Educação.
Em diligência ao local, o vereador e líder da oposição Renato Foresto (PT) – acompanhado de um assessor e de dois funcionários do jornal responsável pela suposta denúncia – constatou a improcedência da denúncia. Mais tarde, de uso da Tribuna Livre na Câmara, o edil explicou sua avaliação: “Não quero fazer uma denúncia leviana sobre existir uma fraude. Juridicamente, o edital cumpre os requisitos e muitas vezes o que se posta nas redes sociais é exagero”.
O petista, no entanto, apontou falha na segurança como única observação negativa. “Não havia nenhum segurança na porta. Assim como eu entrei, qualquer outra pessoa poderia ter entrado na sala”, declarou.
Já o vereador Hércules Giarola (PROS), líder de governo na Câmara, explicou a forma como o exame foi elaborado. Segundo ele, uma comissão foi formada para elaboração de 100 questões. O conteúdo então foi encaminhado ao presidente da comissão, Márcio Sebastião Marques, que selecionou 25 perguntas para formular a prova. No momento da impressão, apenas Marques e um funcionário do setor de informática controlavam o acesso à sala.
“O Márcio é um funcionário reconhecido por ser extremamente íntegro. Trabalha na prefeitura há mais de 20 anos e nunca tendeu para esse ou aquele governo”, defendeu Hércules.
Na visão de ambos os vereadores, o certame segue o trâmite correto e uma investigação se fará necessária apenas no futuro. “O que temos que fazer é acompanhar quem for selecionado para ver se não aparece nenhum amigo do rei”, disse Renato Foresto.
Gabarito – Em nota, a Prefeitura confirmou que o gabarito da prova ainda não foi elaborado. “Apenas os três professores sabem as respostas das questões, porém não sabem quais as perguntas selecionadas pelo presidente da comissão. Já o presidente da comissão não tem nenhum acesso às respostas. O gabarito oficial será divulgado apenas após a aplicação dos testes”, informa, negando que qualquer pessoa, seja assessor ou terceiro, tenha possibilidade de acesso prévio às informações sigilosas.
Segundo a Prefeitura, com o intuito de garantir a preservação da integridade dos questionários, o funcionário responsável pela impressão registrou Boletim de Ocorrência na Delegacia da cidade informando que, no ato da impressão, quatro pessoas entraram na sala para fazer questionamentos, deixando o local na sequência.
Questionado sobre um possível cancelamento do concurso, o prefeito Saulo Benevides (PMDB) preferiu manter a data do exame. “O vereador foi apurar uma denúncia e não houve vazamento de informação sigilosa. O concurso será mantido na data informada”, garantiu o Prefeito.