Vereadora propõe ônibus gratuito em Ribeirão Pires

Diva do Posto foi a Agudos e viu como funciona o passe livre

Principal alvo dos protestos que ganharam as ruas recentemente, o sistema de ônibus está no cerne das discussões sociais. A principal queixa é o fator custo/benefício, o fato de ser cobrado R$ 3 em média por um serviço de qualidade questionável.

Nesse ínterim, iniciativas como a de Agudos (SP), cidade com 40 mil habitantes que oferece tarifa zero a seus munícipes há dez anos, ganharam a mídia mostrando que é possível uma democratização plena dos transportes públicos. O custo mensal é de R$ 120 mil arcados pela prefeitura mediante corte de despesas – em especial cargos de confiança – e também pela chegada de novas pessoas e empresas que chegaram à cidade nos últimos anos, boa parte delas atraída pelo beneficio, já que podem assim economizar com o pagamento de Vale Transporte. A cidade tem orçamento anual de R$ 92 milhões.  São cerca de 9 mil passageiros por dia em quatro linhas e 18 ônibus que rodam cerca de 15.000 km mensais e estão sob responsabilidade da Prefeitura, que conta com 25 funcionários para a manutenção do sistema. A gratuidade também se aplica ao transporte especial. Ou seja: o chamado “passe livre” é uma realidade que já existe no Brasil.

Ciente disso, a vereadora Diva do Posto foi pessoalmente à cidade do interior paulista para conhecer o sistema e ver se seria aplicável em Ribeirão Pires. “Fui muito bem recebida tanto pelos vereadores quanto pelo prefeito da cidade (Éverton Octaviani) e o ex-prefeito (José Carlos Octaviani), que me contou detalhes do sistema”, conta a ribeirãopirense.

Da visita, trouxe o know-how e também uma cópia do projeto, que serão usados para discutir uma possível aplicação na cidade considerando, claro, as peculiaridades da Pérola da Serra. “O importante é trazer a discussão para a sociedade”, explica a vereadora. “Claro que terão pessoas que dirão que lá é possível por ser uma cidade com 40 mil habitantes. Mas, se fizermos uma proporção com Ribeirão Pires que, apesar de contar com população maior também conta com arrecadação maior, acaba sendo elas por elas”, completou.

A ideia de Diva é promover uma discussão na cidade sobre a viabilidade e a forma de se trazer a gratuidade que também poderia ser parcial, com ônibus gratuitos levando pessoas até terminais instalados nas pontas da cidade, por exemplo. Caso não seja possível, uma redução drástica nas tarifas também seria uma alternativa. “É possível fazer. Só é preciso coragem e boa vontade. Ninguém tem dó do bolso do povo, da mulher que perde a consulta porque não tem dinheiro da passagem. O benefício social seria infinitamente maior”, explica a vereadora.

Ela concluiu afirmando que é preciso discutir o assunto com seriedade: “Se tivermos, enquanto cidade, consciência e boa vontade, é realmente possível. Acho que é preciso pelo menos tentar. Na semana que vem mandarei a indicação para o Prefeito”.

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