Por Gazeta
Na última semana faleceu um parente próximo por falta de cuidados médicos. Ele não dependia do serviço público, pagava caro por um “convênio médico” que se recusou a emitir autorização de internação, mesmo o paciente estando em estado crítico. E não há nada que se possa fazer contra essa clara omissão de socorro, ou melhor, há. Contrate um caro advogado, lute por anos nos tribunais e acabe com uma pífia indenização em troca da vida do ente querido.
Mas falemos dos outros poderosos que nos submetem a uma “servilidade humilhante”. Quem de nós já não deixou de receber a conta da luz, do telefone, da TV, de água, do cartão de crédito, da escola/faculdade, do seguro do carro, o aviso de uma multa na qual um radar nos flagrou, o próprio boleto do convênio e outras obrigações que o correio falhou na entrega, sem falar que hoje esses gigantes, em nome da redução de custos, “disponibilizam o boleto na internet”.
E você que se vire para emitir o documento, usar sua impressora, sua tinta, seu papel, seu tempo. E ai de você se digitar um só número errado. Tem que refazer a operação e brigar com a internet que cai ou está lenta demais.
E as pessoas que não tem acesso à tecnologia e precisam pedir à parentes, amigos e até estranhos numa Lan House para obter seus documentos? Os prestadores de serviço são implacáveis. Não pagou, serviço suspenso. TV, telefone, internet, luz, água, atendimento médico, etc.
Aí, para regularizar é um “parto”. São multas, juros, horas perdidas ao telefone com atendentes que nada resolvem. E quando o cidadão perde a paciência e quer cancelar o serviço, leva semanas ou meses para se desvencilhar do nó burocrático armado para fritar o cérebro do pobre mortal. O remédio? É remediar. Munir-se de muita paciência e rezar por novas regulamentações que nos protejam dos tapas na cara que tomamos no dia-a-dia.