Sobre política, salsichas e pizzas

Por Gazeta

Nos idos de 1700 e tanto um cliente pediu ao açougueiro para ver como eram feitas as salsichas, as quais ele gostava muito. O sábio açougueiro disse ao cliente que as salsichas, assim como a política tinham certos ingredientes que era melhor que o cidadão ignorasse, sob o risco de nunca mais querer comer salsichas. 300 anos depois, é a mesma coisa: melhor não saber.

Há meses vinha se falando em pôr na pauta de votação as contas do ex-prefeito Clóvis Volpi que haviam sido reprovadas pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado) que o tornaram inelegível. A Câmara, no entanto, tem supremacia sob a decisão do Tribunal e, caso aprovasse as referidas contas, contrariando o parecer do Tribunal, Volpi teria de volta seus direitos políticos assegurados podendo disputar as eleições municipais em 2020.

Aconteceu recentemente alguma coisa na fábrica de salsichas que fez com que os vereadores resolvessem, enfim, votar e aprovar as contas do ex-prefeito. Foram 12 votos a 5, exatamente o número necessário.

A reunião na fábrica de salsichas, entretanto, deve ter envolvido pizza também. Conta-se que Volpi, junto com os argumentos de seus advogados, enviou aos 12 íntegros edis, uma bela pizza de mussarela e um “chianti” para que a matéria entrasse em regime de urgência especial e fosse aprovada “a toque de caixa”.

Nada tenho contra salsichas, pizzas ou tintos italianos, aliás gosto muito, e menos ainda contra Volpi, hábil político e bom administrador. Existem porém, casos como o da Fábrica de Sal, de suma importância para a cidade, que vêm sendo empurrados com a barriga pelos vereadores, esperando talvez por outra reunião na fábrica de salsichas que resulte em mais um banquete de pizza.

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