Sem possibilidade de conserto, ambulâncias são deixadas no Pátio Municipal

Em entrevista ao Mais Notícias, publicada em janeiro deste ano, o secretário de Saúde e Higiene de Ribeirão Pires, Dr. Jorge Mitidiero, afirmou que a situação mais difícil da Pasta é o setor de ambulâncias, já que os veículos –  comprados desde 2005 – circulam 24 horas por dia, 50 mil quilômetros por mês e, por isso, precisam de manutenção constante. Naquela ocasião, Mitidiero disse que a Secretaria possuía sete ambulâncias  “e, muitas vezes, só uma ou duas funcionando”.

Segundo a Prefeitura, ambulâncias que estão no pátio serão leiloadas

Passados dez meses, o problema continua e veículos hospitalares abandonados no Pátio Municipal chamaram a atenção de munícipes. Na última quinta-feira (11), duas pessoas procuraram por Alaor Vieira, ativista do MSOS (Movimento Sociedade Organizada em Saúde) e membro eleito do Conselho Gestor de Saúde da UBS Central, para falar sobre “um possível desmanche” de duas ambulâncias, no Pátio do Departamento de Trânsito, localizado na Vila Gomes.

“Imediatamente, me diligenciei até o local para apurar a suposta denúncia, munido de equipamento fotográfico, onde pude constatar, não apenas um veículo, porém detectei o abandono de sete ambulâncias, que pelo estado de conservação e forma de armazenamento; podem estar no local já há alguns meses”, conta Alaor, que no mesmo dia ofereceu ao Ministério Público uma Representação sobre o caso, protocolada sob nº. 882/210.

O Mais Notícias procurou esclarecimentos sobre a situação junto à Secretaria de Saúde e Higiene, que por meio da assessoria de imprensa, informou que quatro veículos que eram utilizados pela Central de Ambulâncias para transporte de pacientes foram enviados para Pátio Municipal: 01 Sprinter, 01 Traffic e 02 Kombis. “Esses veículos eram utilizados diariamente, 24 horas por dia, e estavam com alta quilometragem, peças quebradas, problemas de motor e câmbio, bancos rasgados, sem a possibilidade de conserto. Por esse motivo foram encaminhados ao pátio”, justificou, completando que a “baixa” desses veículos não trouxe prejuízo ao atendimento aos munícipes.

A Secretaria acrescenta que o reparo desses veículos tem custo elevado, e mesmo que fosse feita a manutenção, os veículos continuariam insuficientes e inadequados para realizar o transporte de pacientes com qualidade. “Devemos assegurar ao paciente um transporte adequado, com condições para urgências e emergências, transferências inter- hospitalares e agendamentos”.

Segundo a nota enviada ao jornal, os veículos que estão no pátio serão leiloados.

Na entrevista realizada em janeiro, o secretário de Saúde disse que o ideal para amenizar o problema com as ambulâncias seria “ter um serviço de manutenção constante e eficiente, que é muito difícil, renovar a frota ou fazer o serviço através de carros contratados”. Perguntamos se seria possível executar alguma dessas ações, porém, não tivemos retorno sobre essa informação.

Na tarde de ontem, foi realizada, na Câmara Municipal, reunião ordinária do Conselho Municipal de Saúde (CMS), onde Alaor expôs o caso das ambulâncias deixadas no pátio. O presidente do CMS e secretário adjunto de Saúde, Rubens Moraes de Souza, disse que colocará esse assunto na pauta da próxima reunião.

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