Pré-candidato a reeleição, o prefeito Saulo Benevides se apresenta muito motivado a concorrer a mais um mandato. Mostrando foco, ele comentou, em entrevista exclusiva ao Mais Notícias, as críticas feitas a sua gestão na série de entrevistas com os (pré) rivais nas eleições e também apresentou algumas propostas que planeja realizar caso seja vencedor no pleito.
Ele iniciou com um breve balanço dos três anos e três semanas de gestão, marca alcançada justamente hoje (21): “passou rápido, quatro anos é pouco tempo. Tivemos que equilibrar as contas, planejar e desenvolver a cidade para aumentar a arrecadação e ter poder de investimentos futuros, sem esquecer de prepará-la para receber convênios e incentivos. Agora, temos uma crise política e financeira, na qual a economia dos municípios de um modo geral diminuiu, refletindo na arrecadação. Contudo eu, particularmente, estou satisfeito com esses três anos de governo. Somos o mandato que mais teve obras, mais teve convênios e, nos quatro cantos da cidade, é possível perceber obras. No funcionalismo, penso que fomos o melhor governo, não tendo, por exemplo, atrasado a folha de pagamento. Avançamos e investimos na Educação, setor em que priorizamos os investimentos e tivemos um resultado muito positivo. Em Segurança, nossa Guarda é até confundida com a PM e estamos fazendo esse papel – que é obrigação do Estado – muito bem. Temos nosso ‘big brother’, o sistema de câmeras que será inaugurado no aniversário da cidade. Em Desenvolvimento, entramos na guerra fiscal, reduzimos impostos e, além dos mais de 3 mil novos CNPJ também atraímos empresas grandes, como a Sherwin Williams e a Sorvepan. No Turismo, hoje Ribeirão Pires tem o maior projeto turístico do Estado. O teleférico é um grande atrativo e vai mostrar o que temos de melhor na cidade, a Mata Atlântica e a represa, em uma visão panorâmica. Onde teleféricos foram instalados, houve uma revolução, principalmente na economia. Estamos trazendo uma indústria limpa que, acredito, vai gerar mais de 800 empregos”.
Em nossa série de entrevistas com os pré-candidatos a prefeito de Ribeirão Pires, uma das críticas mais frequentes é a de que, durante os três anos de gestão, pouco foi feito na cidade. Saulo as classificou como “projeto de poder” ao ser questionado sobre o assunto: “Eles querem o poder, querem a cadeira de prefeito e não estão preocupados com a cidade, não querem o bem da cidade. Essas críticas estão aí desde o primeiro dia de mandato. Aliás, o PT já declarou oposição antes de eu tomar posse, antes mesmo de existir o governo Saulo. Na minha opinião, é lamentável. Acima de tudo está Ribeirão Pires. É um projeto de poder, pessoal e casuísta, como você vê na migração do Kiko para Ribeirão Pires”.
O pré-candidato Kiko é visto por muitos como o principal nome da oposição nas eleições de outubro, tendo conseguido grande atenção da mídia local e regional, apresentando como cartão de visitas a gestão realizada na cidade de Rio Grande da Serra, a qual governou por dois mandatos entre 2005 e 2012. Em entrevista ao Mais Notícias, ele afirmou que “Ribeirão Pires busca um prefeito com perfil gestor”. Benevides rebateu: “O Kiko se auto intitula bom gestor, mas eu não sei o que foi feito em Rio Grande onde, infelizmente, o povo amarga os piores índices de IDH, Saúde, Educação, Desenvolvimento. Não consigo ver que bom governo foi feito lá. Aliás, Rio Grande da Serra depende de Ribeirão Pires. Nossas escolas municipais têm muitas crianças de lá, ficamos dois anos e meio atendendo mais de 1.500 pessoas de Rio Grande por mês, aliás, a Saúde de lá tem enfrentado problemas já que nossa UPA passou a funcionar em seu propósito inicial que é urgência e emergência. Quero saber verdadeiramente o que ele fez para se intitular um bom prefeito”.
Saulo foi além ao falar sobre as críticas ao teleférico: “Quando ele (Kiko) fala do teleférico, chego à conclusão de que falta muita informação. Vou explicar ao Kiko: primeiro, o teleférico não tem recursos do munícipio, será feito com verbas carimbadas, federais e estaduais. Segundo, não terá despesa, já que será administrado pela iniciativa privada e a prefeitura ficará com uma participação dos lucros. No mundo, onde teve teleférico deu certo. Só em Ribeirão Pires que isso não vai acontecer? Eles torcem contra. Falamos de uma cidade que está, no raio de 50 km e com 20 milhões de habitantes, ao lado do maior PIB do Brasil, que é São Paulo, onde há pessoas que não têm o que fazer no final de semana. E não vai dar certo? É um projeto ambicioso que muitos prefeitos tiveram ambição, mas não capacidade de obter o recurso. Nós conseguimos”.
Kiko, assim como outros pré-candidatos, afirmou que falta gestão ao governo Saulo. O prefeito e pré-candidato a reeleição se mostrou incomodado: “Eles dizem que não tenho gestão, mas eu não perdi nenhum projeto, nenhum convênio, mesmo negativado. Não pago por projetos sem ter certeza de que o dinheiro vem. Eu tive dois problemas apenas, na Educação: a secretária (Leonice Moura) me fez comprar uma área no Parque Aliança pois havia negociado e garantido um recurso do governo estadual que acabou não vindo e também o de um CEU que também não veio. Dos projetos que pilotei, todos vieram. Posso comparar meus três anos de governo com oito (de Volpi) e é o governo que mais está realizando obras. Minhas contas foram cinco vezes ao Tribunal de Contas e todas foram aprovadas. Kiko foi reprovado, Clóvis Volpi foi reprovado, Dedé foi reprovado. Todos ficaram, só a minha que não. E eu que sou o mau gestor? Como os fichas-sujas que já passaram pelo governo falam que sou mau gestor? Mesmo a Rosi (Ribeiro de Marco, pré-candidata pelo PSDB) não pode me criticar porque fez parte de um governo que afundou a cidade. Não sou eu quem falo, mas sim o TCE que rejeitou as contas do Volpi (gestão na qual ela foi secretária de Educação) que aumentou a dívida da cidade em dez vezes. Sinceramente, acredito que não sou mau gestor. Eu sabia que ia usar a parte administrativa, por isso lá atrás me especializei em Direito Administrativo, conhecimento que se mostrou importante tanto na Câmara, quando assumi a presidência em 1998 com problemas administrativos, quando a Maria Inês cortou o duodécimo, colocando a casa em ordem e tendo as contas aprovadas. Assumi a cidade com problemas e as contas também foram aprovadas. Acho que minha missão é essa: pegar a casa endividada e colocar em ordem”.
Saulo também defendeu sua equipe de críticas: “Todo resultado positivo é resultado de um trabalho em equipe e a nossa está bem a frente. Com o PT não dá para comparar pois nem eram de Ribeirão Pires. Em relação à equipe do Clóvis, estamos bem melhores. Em relação ao básico, nós fizemos, mas eles não admitem. As pessoas esquecem que governar não é só cortar mato ou tampar buracos que, aliás, são resultados de anos e anos de abandono. As pessoas esquecem das quase 10 mil crianças nas escolas municipais, uma despesa fixa. Quando você governa uma cidade sem dinheiro é preciso priorizar o que é necessário. É claro que pensamos grande, é preciso pensar no futuro, na cidade daqui a cinco, dez anos, gerar renda e emprego. Precisamos de viaduto, um shopping. A população compra em shoppings fora da cidade, dinheiro que poderia ficar aqui. Isso para não falar das demandas invisíveis. Investimento em desenvolvimento, saúde e educação, que estamos no índice que deveria ser alcançado em 2020. E a IstoÉ, em seu índice, detectou tudo isso colocando Ribeirão Pires entre as melhores cidades médias do Brasil, assim como o Tribunal de Contas. Temos 95% da cidade com saneamento e o resto está sendo feito. É preciso pensar grande e eu penso grande mesmo. Por isso deixei de ser vereador para ser prefeito. Lamento as críticas desses pré-candidatos que querem assumir a Prefeitura pensando pequeno”.
Futuro – Olhando adiante, Saulo vislumbra, caso reeleito, dar continuidade ao trabalho: “sou pré-candidato e estou motivado. Fizemos muito e mais que os outros com menos recursos. Quero concluir os projetos. Se eu ficar mais quatro anos, vou revolucionar a cidade. Todos os projetos que anunciei saíram, estão iniciando as obras. Tenho em minha cabeça as propostas para um segundo mandato. Estou mais experiente, aprendi a tocar com mais facilidade a cidade. Tenho muito mais transito e facilidades em Brasília. Se eu consegui 100 milhões, vou conseguir o dobro. O desafio será fazer um mandato melhor do que o dos quatro primeiros anos. Se estou fazendo um bom mandato em minha visão, tenho que fazer melhor. Comparando com o mandato do Clóvis, ficou para trás e nem falo em quatro contra quatro, falo em quatro contra oito. Os números estão aí. Os bairros recebem investimentos e esse é meu desafio”.
Ele vislumbra mais tranquilidade para o futuro: “Tocar um novo mandato será mais fácil. Quero uma cidade com orçamento maior, menos dependente dos governos federal e estadual, com o teleférico funcionando. Com mais recursos, teremos mais capacidade de investimento e iremos melhorar a cidade e a qualidade de vida como um todo. E gastar corretamente o dinheiro, o que faço muito bem. Não tem segredo. Não saio na rua, não tomo cafezinho na padaria, não faço politicagem porque fico aqui administrando. Tenho a certeza que, realmente, melhoramos a qualidade de vida dos ribeirãopirenses. Foi para isso que sentei nesta cadeira”.
Ele conclui pedindo a confiança da população: “Continuem acreditando em nossos projetos. Estamos no rumo certo, no caminho certo. Lá atrás nos comprometemos. Esse foi nosso propósito, melhorar a qualidade de vida da população, o que fizemos com muita eficiência”.