Na última sessão extraordinária realizada hoje, dia 23, na Câmara Municipal de Ribeirão Pires, os vereadores aprovaram, por 8 votos a 2, o polêmico projeto que autoriza o Executivo a atualizar os valores venais dos imóveis da cidade, resultando em significativo aumento de IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano). O projeto já havia sido rejeitado em primeira discussão. Agora, o voto favorável do vereador José Vicente de Abreu, o Vicentinho (PR), que antes havia votado contra, foi decisivo para a aprovação da matéria.
Justificado sua posição, Vicentinho reconheceu que havia sido contra a proposta, mas que após uma nova reunião com seu partido, ele entendeu que a aprovação era necessária. “Eu acredito que esse projeto é difícil, ninguém gosta de aumento de imposto e é natural as pessoas serem contra. Hoje estamos votando outros valores, então valeu a pena termos votado contra antes”. Ele deu como exemplo o prédio onde se localiza a padaria ‘Empório dos Pães’, no início da Avenida Fortuna, no centro, como sendo discrepantes os valores venais e de mercado. “Essa esquina, na Prefeitura vale R$ 198 mil, já o proprietário pede R$ 1,2 milhões, então há uma disparidade de valores”.
Segundo a matéria, quem mora no centro pagará mais (até 30% de aumento), enquanto os bairros, a porcentagem de atualização fica relativo à distância. Quem mora na Quarta Divisão, cerca de 10 km do centro, por exemplo, sofrerá um reajuste médio de 2%. Para os moradores do Ouro Fino, o valor deve subir entre 5 e 6%.
Contrários ao projeto, Koiti Takaki e Saulo Benevides (ambos do PV), mantiveram a posição anterior e foram aplaudidos pelos munícipes presentes. Saulo vê o caso de forma pessimista: “Quanto mais se aumenta os impostos, mas inadimplência terá o município. Esse não era o momento para isso”. O vereador, que ao longo do ano atuou como oposição mesmo sendo do mesmo partido do prefeito, ainda lamentou a mudança de opinião do colega de bancada. “Lamento a posição do Vicentinho, foi um voto decisivo”.
Saulo justificou que o aquecimento do mercado resultou em maior arrecadação em 2010 e que um aumento de imposto é desnecessário. Ele ainda lembrou que Ribeirão Pires tem uma frota de 54 mil veículos e que metade do que será recolhido com IPVA voltará aos cofres da municipalidade. O verde duvida que o teto de 18% de reajuste seja uma realidade e que em alguns casos, a atualização será muito maior.