A área comercial de Ribeirão Pires já está ficando com uma nova cara. Mesmo com a lei “Cidade Limpa” estabelecendo que anúncios publicitários devem ser retirados até o próximo dia 30 e anúncios indicativos (fachadas) devem ser adequados às normas de padronização até 30 de setembro, muitos comerciantes já se adiantaram e reformularam as frentes de seus comércios. De 1º de abril, data em que entrou em vigor o período de adequação da Lei, mais de uma dezena de comerciantes licenciaram seus anúncios e pouco mais de uma centena participou das palestras Cidade Limpa, tanto na ACIARP (Associação Comercial, Industrial e Agrícola de Ribeirão Pires), quanto nos bairros Ouro Fino Paulista e Jardim Caçula.
Alguns comércios optaram por fazer um revestimento na frente de suas lojas, trazendo um ar mais moderno, porém com leveza.
Mutirão “Cidade Limpa” – Na terça-feira, teve início o “Mutirão Cidade Limpa”. Trinta e seis alunos do curso de Eventos da ETEC percorrerão os comércios da cidade para entregar uma cartilha e tirar dúvidas dos comerciantes. Eles passaram por um treinamento realizado em três dias para executar a atividade. No dia 7, 12 alunos visitaram os estabelecimentos do Centro; ontem foi a vez dos que ficam em bairros afastados, visitados por outra equipe, e hoje outros 12 estudantes farão uma passagem final nos comércios onde não foi possível a visitação nos outros dois dias.
Para auxiliar os comerciantes a descartarem os entulhos gerados pela reforma das fachadas, a Prefeitura disponibilizará três grupos de caçamba para madeiras, metais e diversos (resíduos inertes). No Centro, serão colocadas caçambas semanalmente à disposição dos comerciantes, nos meses de junho à setembro. Já para os profissionais de bairros mais distantes, haverá os mutirões itinerantes e as caçambas estarão em pontos estratégicos de concentração de comércios. “Os entulhos serão encaminhados à Cooperpires para reciclagem”, explicou o secretário adjunto de Desenvolvimento Econômico, Emprego e Renda, Marcelo Liochi.
Antes dos alunos iniciarem o trabalho, eles foram até o gabinete do prefeito Clóvis Volpi (PV). O Chefe do Executivo falou que possivelmente eles encontrariam pessoas que não estão de acordo com o programa “Cidade Limpa”, mas explicou que resistências ao que é novo é algo normal. “Ninguém gosta de mudanças, a verdade é essa, até porque o primeiro impacto é negativo”.
E realmente nem todos ainda veem a lei com 100% de satisfação. “Acho que o resto da cidade tem que estar bem conservado, não adianta um lado focar bonito e o resto feio”, fala Tânia Izzo, proprietária de um açougue.
“É bom, mas acho que tem outras coisas que também devem ser revistas, como a pichação, buracos nas calçadas…”, disse João Vitor, dono de uma loja de telefonia celular. Ele espera que a cidade fique mais bonita como afirma a proposta da lei, porém acrescenta que os comerciantes e donos de prédios devem colaborar com a manutenção dos locais, pintando-os para mantê-los sempre com boa aparência. “Tem que ser um conjunto para melhorar mesmo, não seria só a fachada”.
Nelson Gonçalves Júnior, gerente de uma loja de artigos esportivos, também acredita que outros pontos devem receber atenção na cidade. “Na minha opinião, sou contra porque tem muita coisa irregular. Acho que a Prefeitura tem coisas mais importantes para se preocupar do que com esse tipo de coisa. Mas ficará um negócio bacana, arrumado”.
Se por um lado há alguns que ainda estão insatisfeitos, por outro tem aqueles que apóiam a iniciativa. “Acho bom, porque está muito tumultuado de anúncios. Eu procurei fazer um negócio para ficar bem leve, bem limpo”, disse Edna Zenidarchetz Higa, proprietária de uma ótica, que já regularizou a fachada de seu estabelecimento.
“Eu acho que vai ficar melhor, está feio com esse monte de faixas e cartazes. Acho que deveriam aproveitar e colocar mais árvores na cidade”, disse o munícipe Fernando Lemos.
Para se adequar a lei Cidade Limpa, é preciso fazer um cadastro no site www.ribeiraopires.sp.gov.br/cidadelimpa. Lá, estão todas as informações para o processo de adequação, assim como o funcionamento da lei.