São 90 anos de idade e muitas histórias para contar. Foram esses os motivos que levaram a Universidade Bandeirantes (Uniban) a convidar o famoso professor Francesco Amendola, de Ribeirão Pires, para participar de uma palestra, cujo objetivo foi mostrar um período de desenvolvimento pouco retratado pelos pesquisadores acadêmicos: a velhice.
Na palestra, Amendola contou um pouco sobre sua história e relembrou sua vinda ao Brasil. “Minha saída da Itália foi motivada porque após ter participado na Segunda Guerra Mundial, infelizmente minha Pátria perdeu tudo… Eu tinha apenas 25 anos, desempregado, sem nenhuma possibilidade voltada para o futuro. Fui tentar a sorte em outros lugares do novo mundo. Desesperado, fui perguntando aqui e ali o melhor lugar e obtive duas respostas: América do Norte ou do Sul e teve alguém que me informou dizendo que o melhor país para se emigrar era o Brasil e aqui cheguei”.
Ele relembrou que chegando a São Paulo, não possuía um centavo no bolso e nem sabia uma palavra em português. “Não foi fácil, principalmente os três primeiros meses, passei até fome”.
Amendola deu a volta por cima, casou-se e teve filhos, mas ainda tem um sonho. “Meu grande desejo é lutar para colocar junto ao currículo escolar, a partir da escola ginasial, o idioma italiano, assim como existe a língua inglesa e outras”.
Ao público presente Amendola mostrou que a idade não é barreira para que ele continue tendo uma vida ativa. “É óbvio que uma idade avançada como a minha traz algumas dificuldades, como por exemplo, a vista fraca, mas de outro lado, é um grande privilégio lecionar com 90 anos – que não é comum -, desfrutando toda a experiência de uma vida inteira”.