Prefeitura derruba greve de médicos com liminar

A Prefeitura de Ribeirão Pires conseguiu, no final da tarde de hoje, dia 27, uma liminar que derruba o movimento grevista promovido pelos médicos concursados filiados ao SINDMED GABC – Sindicato dos Médicos de Santo André e Região. A juíza da 3ª Vara de Ribeirão Pires, Isabel Cardoso, intimou os grevistas a retomar ao trabalho imediatamente, sob pena de desconto dos dias não trabalhados e multa de R$ 20 mil por dia de descumprimento da ordem judicial.

Segundo a Justiça a greve é abusiva por ter interrompido abruptamente os atendimentos de emergência. No relatório recebido pela promotoria, a Prefeitura de Ribeirão Pires mostrou que alguns atendimentos, com a psiquiatria, foram reduzidos a zero. “Concluo que há abuso dos grevistas em não cumprir atendimento mínimo à população”, declarou a juíza.

A liminar cita que o Sindicato desrespeita o artigo 11 da Lei 7783/89, que rege o direito de greve do funcionalismo público. A lei garante que atividades essenciais não podem ser interrompidas, fato esse descumprido pelo movimento grevista.

Os oficiais de justiça responsáveis se dirigiram em diligência ao encontro do Dr. Ari Wajsfeld, presidente do SINDMED e cabeça da greve. Segundo a juíza, nesta sexta-feira o atendimento na UPA, no Hospital e Maternidade São Lucas e no Centro de Especialidades Médicas devem voltar ao normal.

Prefeito diz que cumprirá ordem judicial e descontará os dias não trabalhados pelos médicos grevistas

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O prefeito Saulo Benevides (PMDB) disse que “a Justiça tem o mesmo entendimento que nós, de que essa greve é abusiva. Nós vamos seguir a determinação ao pé da letra. Vamos descontar os dias não trabalhados e cobrar a retomada do atendimento imediatamente”.

Até o momento os médicos grevistas não entregaram pauta de reivindicação à Prefeitura. Para a imprensa e para a população, o Sindicato informou que a falta de higiene e a precariedade do local de trabalho motivaram a greve. Já a Prefeitura alega que a paralização ocorreu dias após a exigência do ponto eletrônico. “Eles não querem assinar o ponto eletrônico porque agora temos o controle de quem realmente trabalha”, declarou o prefeito.

Ari, líder do movimento, e outros seis médicos passam por processo administrativo na Prefeitura que apura uma suposta denúncia sobre fraude em folha de ponto praticada pelo grupo. A princípio os médicos não respeitavam a regra de preenchimento da folha, assinando todo o período de plantões mensais de uma só vez, ignorando assim atrasos e faltas. O relatório final desta apuração ainda não está concluso.

A Prefeitura possui 109 médicos concursados dos quais 70 plantonistas aderiram a paralização parcial dos atendimentos. Até o início da greve a UPA atendia em médica 500 pacientes por dia.

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