Em uma reunião realizada com professores e diretores de escolas municipais de Ribeirão Pires, o prefeito Saulo Benevides (PMDB) anunciou reajuste de 8,32% no piso salarial da categoria, retroativo à janeiro. Além disso, os cofres públicos desembolsarão um acerto de quase 6% de dissídio, que pretende repor as perdas salariais por conta da inflação de 2013 para todos os servidores públicos. O sindicato responsável pela negociação reconhece a vitória destacando que outros benefícios ainda serão pleiteados.
Em um discurso modesto, Benevides desculpou-se pela demora em chegar a um acordo com os servidores, responsabilizando a dificuldade financeira da Prefeitura, como entrave. “Entendemos a necessidade de melhorias e agradecemos a paciência dos servidores durante todo o ano passado. Mas como defendemos desde o início, a Educação é uma prioridade desse Governo”, declarou o prefeito.
Saulo disse que Ribeirão Pires não sobrevive apenas do tesouro municipal ao revelar que o repasse pelo Fundo de Participação de Municípios caiu. Falou da guerra fiscal e da instalação de mais de mil novas empresas no município no ano passado. O alcaide chegou a reconhecer a perda de professores para outras cidades por conta dos baixos salários.
A revisão do Plano de Cargos e Salários, liberação de um cartão de benefícios para os servidores e a reestruturação do decreto que estabelece normas para utilização de faltas abonadas também foram destacadas como vitória da mesa de negociação.
Para a presidente do SINEDUC (Sindicato dos Trabalhadores na Educação), Perla Freitas, a conquista foi de ordem financeira, e que ainda há outras áreas a discutir. “Não haverá necessidade do parcelamento do dissidio, que virá completo na folha de pagamento. Agora, outra reunião será feita para acelerar as mudanças propostas no Plano de Cargos e Salários que também trará benefícios salariais”. A sindicalista concordou com a Secretária de Educação, Leonice Moura, quando defendeu que a Educação Municipal é boa, tendo dificuldade apenas de ordem estrutural, mas que a qualidade é reconhecida. Perla agora pretende negociar com a prefeitura os dissídios de 2011 e 2012.
Os presentes, apesar de ressabiados, aceitaram o anúncio de aumento salarial. Maria Madalena Gliber, diretora de escola e servidora pública há 20 anos reconheceu a conquista como um avanço, mesmo que tímido. “Até a época do PT éramos valorizados. Depois fomos esquecidos. Ainda falta muito para chegar onde estávamos, mas estão no caminho e tenho consciência que as conquistas e melhorias não se dão de um dia para o outro. Hoje existem pessoas preocupadas com nossa categoria e isso é um bom começo”. Já Carol Lima, professora de Educação Infantil, as questões salariais estão seguindo um fluxo agradável de melhoria, porém ainda existem áreas em que nada foi feito. A professora detalha: “Faltam condições para trabalharmos. Tem teto caindo nas escola, falta material para o professor trabalhar”.
Leonice disse que um levantamento foi realizado e que as reformas nas escolas começarão em breve. A secretária também disse que os materiais didáticos para os professores estão disponíveis.