Vou iniciar este artigo com um texto extraído do livro “Combate a Corrupção nas Prefeituras do Brasil”.
“De nada adianta uma sociedade organizada ajudar na canalização de esforços e recursos para projetos sociais, culturais ou de desenvolvimento de uma cidade, se as autoridades municipais, responsáveis por esses projetos, se dedicam ao desvio do dinheiro público”
A prática de desvio do dinheiro dos impostos, pagos com suor e trabalho dos cidadãos, tem sido uma constante nos municípios brasileiros. Uma estatística estarrecedora nos mostra que 5% dos mais de 5.500 prefeitos eleitos em 2008 foram afastados de sua função em virtude de má gestão. Seja em cidades grandes, médias ou pequenas, nenhuma está livre das quadrilhas que, muitas vezes, são organizadas com antecedência, investindo em candidatos previamente cooptados, para assim que assumirem, iniciar, das mais variadas formas, o desvio do dinheiro que deveria beneficiar a população e carreá-lo para o enriquecimento de alguns poucos que participam do butim.
Felizmente, a Lei de Responsabilidade Fiscal e, mais recentemente, a Lei da Ficha Limpa, de iniciativa popular, que os órgãos públicos relutam em por em prática, aliado a alguns políticos de bem, ONGs, redes sociais e a imprensa livre e independente, têm feito muitos casos virem a público com seus responsáveis punidos, ainda que não exemplarmente como deveria ser. Ainda assim, estes acabam perdendo seus mandatos e parte do dinheiro roubado, ou melhor, dos recursos advindos de impostos. Fosse aplicada a pena com um mínimo de correção, seríamos certamente o melhor país do mundo.
Gazeta