Planejamento familiar contribui para a saúde da mulher

Um assunto polêmico e ao mesmo tempo necessário para a manutenção dos níveis de saúde da população em geral é o planejamento familiar. Segundo o médico Dráuzio Varela, “no Brasil isso é privilégio exclusivo dos bem-aventurados”. Ele quer dizer que a classe econômica baixa deveria receber maiores incentivos para ter acesso a meios contraceptivos de qualidade, uma vez que essa classe encontra mais dificuldade em adquirir educação e sustento dos filhos.

O planejamento familiar torna possível ao casal a programação de quando e quantos filhos terão de acordo com seus planos e expectativas. Porém esbarra em questões religiosas, ideologias, sociais e políticas.

Segundo Varela, os níveis populacionais que temos hoje são alarmantes e vieram de condições adversas do passado como: a maioria da população vivia no campo, numa época de agricultura primitiva em que as crianças pegavam no cabo da enxada já aos sete anos; convivíamos com taxas de mortalidade infantil inaceitáveis para os padrões atuais. “Ter perdido dois ou três filhos era rotina na vida das mulheres com mais de trinta anos”; não existiam recursos médicos para evitar a concepção. Isso resultou em uma multiplicação da população brasileira de 90 mil para 180 mil pessoas em 50 anos.

O planejamento torna-se mais útil quando feito sob orientação especializada. O acesso à informação e a facilidade de obtenção de meios contraceptivos adequados, preserva a saúde da mulher, evitando gestações indesejadas, diminuindo o número de gestações de alto risco, abortos inseguros e consequentemente reduzindo a mortalidade materna e infantil.

O planejamento ainda permite ao casal a preparação de um ambiente estável para a educação infantil, expressões de amor e desenvolvimento da cidadania.
“É provável que o argumento ajude a aplacar-lhes a consciência pública, especialmente quando se esquecem de dizer que, enquanto as mulheres de nível universitário hoje têm em média 1,4 filho, as analfabetas têm 4,4”, complementa o médico. Tal visão abre espaço para que políticas públicas de conscientização e prevenção sejam aplicadas com maior eficiência no âmbito municipal, estadual e federal.

Fonte: Portal Feminino e site do doutor Dráuzio Varela

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