Piometra é o acúmulo de pus no útero, sequela de endometrite ou metrite, infecção das camadas que compõem a parede uterina.
As metrites causam infertilidade, levam a óbito por rapidamente levar a uma infecção bacteriana generalizada e são causadas por presença de bactérias no útero.
Em vida livre, os animais não castrados, acasalam e procriam, se tiverem sucesso, em todos os CIOS. Durante o CIO, momento de maior fertilidade na cadela, há liberação de hormônios pelo hipotálamo e ovários que agem principalmente no folículo ovariano, útero e musculatura da cérvix vaginal (saída do útero).
Nos ovários, estes hormônios agem fazendo amadurecimento folicular promovendo a ovulação, e no útero agem nas paredes uterinas e cérvix, preparando o útero para a recepção do óvulo fecundado.
A cada ciclo (que nas cadelas dura em torno de 5 a 6 meses), há liberação de progesterona que gera hiperplasia das células endometriais com consequente aumento da secreção de muco endometrial e relaxamento da cérvix uterina.
Este muco liberado em condições normais no momento do CIO, se a cadela não emprenha, pode acumular-se no útero sendo ótimo meio de cultivo bacteriano, ou seja, as proteínas e substâncias presentes no muco dentro do útero e, com relaxamento e abertura da cérvix há tendência do estabelecimento de proliferação e infecção bacteriana na região.
A involução uterina pós CIO, ou seja, as células que aumentam de tamanho, não regridem totalmente ao seu tamanho inicial.
No caso de CIOS consecutivos sem gestação, hábito comum entre tutores que não castram suas cadelas e não viabilizam sua procriação, a hiperplasia das células endometriais sob ação da progesterona é progressiva e a cada CIO há maior secreção de muco e maior tendência a infecção bacteriana local, sendo assim, as cadelas mais velhas obrigatoriamente não castradas têm maior tendência a desenvolver o quadro
O uso de anticoncepcionais como métodos contraceptivos (evitar gravidez) NÃO é recomendado pois este medicamento eleva bruscamente a concentração de progesterona no organismo podendo acarretar como efeito colateral predisposição ao desenvolvimento de câncer de mama e pode causar piometra em apenas uma única aplicação.
Os principais sinais da piometra são corrimento vaginal purulento (com pus) e/ou serosanguinolento, aumento do volume abdominal perceptível, inchaço das mamas, febre e prostração. Nos quadros mais graves, notam-se ainda hipotermia,desidratação, septicemia, toxemia e choque séptico, podendo levar à òbito.
O diagnóstico é feito no exame clínico, através de hemograma, raio x e ultrassom.
O tratamento consiste na remoção total deste útero e ovários, ou seja, por meio de castração e o paciente deve ser estabilizado antes da cirurgia com administração de fluidos e antimicrobianos.
Recomenda-se, para animais exclusivamente de companhia, onde os tutores não tem intenção de gerar crias, castrar os pets sejam machos ou fêmeas, a fim de evitar doenças e comportamento não desejáveis relacionadas ao aparelho sexual como maneira preventiva.
Vale ressaltar que não é ideal que o animal domesticado procrie sem monitoramento (acidentalmente) ou sem avaliação prévia de um médico veterinário. Apenas criadores associados tem conhecimento de manejo genético e reprodutivo garantindo ninhadas saudáveis, não transmissão de doenças e bem estar da mãe durante a gestação.
Veja mais informações sobre CIO em cadelas e gatas nos artigos anteriores:
https://jornalmaisnoticias.com.br/desmistificando-cio-em-cadelas-como-identificar/
Colaboração: Lia Silva – estudante de veterinária, tosadora e proprietária de petshop.
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