Entre tantos atrativos naturais de Ribeirão Pires, a Gruta Paraíso, situada no bairro Quarta Divisão, se destaca pelas características geológicas. No final de março, o Grupo Pierre Martin de Espeleologia (GPME) – entidade civil sem fins lucrativos que atua no levantamento, mapeamento e documentação de cavidades naturais subterrâneas – realizaram a medição da Gruta, atualizando catalogação feita em 1987 pela Sociedade Brasileira de Espeleologia (SBE).
De acordo com o mapeamento recém-realizado, utilizando tecnologia digital – via trena a laser especial, foi obtida a seguinte medição: 256,1 metros de comprimento e 236,4 de projeção horizontal, com profundidade mínima de 14,7 e máxima de 7,7. No final dos anos 80, havia sido constatado que a Gruta teria 19 metros de desnível e 130 de projeção horizontal.
“Esse mapeamento feito pelo GPME foi muito importante. Além de ter sido realizado a custo zero para o município, com a melhor tecnologia que existe hoje na área da espeleologia, ele resultará em um relatório que vai orientar o plano de manejo, a exploração turística e os seus níveis de proteção como patrimônio natural de Ribeirão Pires”, explica o diretor de Patrimônio da Prefeitura de Ribeirão Pires, Marcílio Duarte.
A Gruta Paraíso é um raro exemplar, considerada umas das 10 maiores grutas granítica do Brasil. Possui salões amplos, com blocos amparados um sobre o outro e travados por gravidade. A gruta recebe água de córregos da região e seu interior é dominado pelo constante som das águas. Possui claraboias naturais que quebram a escuridão dos salões e apresenta vegetação nativa. Está inserida em Área de Preservação Permanente (APP).
“A atividade do espeleólogo se faz essencial para o completo conhecimento de uma cavidade natural subterrânea (caverna, gruta e demais sinônimos regionais), suas reais dimensões obtidas através do mapeamento espeleológico, as dificuldades técnicas relacionadas à exploração, bem como a localização e observação de fauna subterrânea para reportar aos biólogos especialistas, e demais detalhes que possam ser objeto de estudos científicos. Essas informações servem de subsídio para a devida proteção das cavernas, o principal objetivo da espeleologia.”, disse o Ericson Cernawsky Igual, coordenador do Grupo (GPME).