O fim desta semana e o começo da próxima são marcados por datas que relembram um pouco da história do país. São elas: O Dia do Índio (19), o Dia de Tiradentes (21) e o descobrimento do Brasil pelos portugueses (22), que completa 518 anos.
O dia para celebrar a vida e cultura dos indígenas foi escolhido em homenagem ao Primeiro Congresso Indigenista Interamericano, que ocorreu em 19 de abril de 1940, em Pátzcuaro, México. Na ocasião, líderes indígenas de diferentes regiões da América se reuniram para discutir políticas que zelassem e protegessem os direitos dos índios no continente.
No Brasil, a data foi oficializada em 2 de junho de 1943 por meio da lei nº 5.540, assinada pelo então presidente Getúlio Vargas. De lá para cá, escolas e instituições incentivam crianças e jovens a conhecerem as práticas culturais desse povo. De acordo com o Censo 2010 do IBGE, a população indígena no país é de 896,9 mil habitantes, tem 305 etnias e fala 274 idiomas.
O funileiro de produção Robson Geraldo de Santana, 37, é índio e faz parte da tribo Fulni-ô, grupo da cidade de Águas Belas, Pernambuco. Atualmente, Santana mora em Ribeirão Pires, mas, quando pode, visita seu povo de origem. “Minha mãe e minha avó tiveram a honra de mostrar essa cultura para mim. É o maior orgulho do mundo saber que faço parte desse povo humilde e acolhedor e que meu sangue é indígena.”
Alguns dos costumes da tribo de Santana são o artesanato para venda na cidade, campeonatos internos de beleza indígena, dança, a prática do ritual religioso Ouricuri (realizado em sigilo) e o uso da Xanduca, um cachimbo, com o objetivo de “ficar em paz com os encantados que já se foram”.
Para o funileiro, o Dia do Índio “tinha que ser uma data muito mais respeitada. Muitas comunidades passam por problemas de demarcações de terras e governos e agricultores querem tomar a terra indígena. Mas a terra do Brasil era dos índios, então quem implanta sua forma de governar tem que respeitar e dar mais valor para isso. Tudo o que foi construído passou pelos índios, então o Brasil deve muito a eles”, comenta.
A entidade regulamentadora e defensora da cultura e dos direitos do povo indígena no país é a FUNAI (Fundação Nacional do Índio), criada por meio da Lei nº 5.371, de 5 de dezembro de 1967, assinada pelo então presidente Artur da Costa e Silva. A Fundação é vinculada ao Ministério da Justiça.
Tiradentes – Já amanhã (21) é Dia de Tiradentes, apelido de Joaquim José da Silva Xavier, famoso por ser o líder da Inconfidência Mineira. Os inconfidentes se levantaram contra a Coroa Portuguesa para tentar implantar o sistema de governo republicano no País.
Essa tentativa aconteceu, porque, na época, a Coroa cobrava o quinto. Isso significa que uma parte do ouro produzido pelos mineradores em Minas Gerais ficava retida no governo. Porém, a partir da década de 1760 a quantidade e extração de ouro ficaram reduzidas, mas não o valor do imposto.
Para reverter a quantidade defasada de quintos recolhidos, a Coroa Portuguesa implementou a derrama. Essa taxa obrigava os mineradores a cobrirem com seus objetos de valor o que faltava na quantia do quinto. Tiradentes e outros inconfidentes se revoltaram contra essas ações, mas foram traídos por José Silvério dos Reis, que confessou as intenções do grupo.
Tiradentes foi enforcado, decapitado e esquartejado. Sua cabeça foi exposta em praça pública, na Vila Rica, e seus membros, espalhados por uma estrada que levava ao Rio de Janeiro.
Descobrimento do Brasil – No domingo (22), comemora-se o Descobrimento do Brasil pelos portugueses. A frota de Pedro Álvares Cabral chegou ao país quando viajava rumo à Índia, em busca de especiarias. Uma das naus do comandante se perdeu e, na tentativa de procurá-la, a frota viajou até ancorar no litoral Sul, atual estado da Bahia. Na época, o local foi batizado de Monte Pascoal.
Apesar disso, alguns historiadores acreditam que a primeira frota estrangeira a chegar ao Brasil foi a de Duarte Pacheco Pereira, navegador da confiança do Rei de Portugal, em dezembro de 1498, quando estava em expedição a oeste do Atlântico Sul. Nesta ocasião, também houve exploração do solo brasileiro, nos atuais estados do Pará e do Maranhão. Porém sabe-se, também, que antes disso, o litoral brasileiro já era habitado por milhões de índios.