Por iniciativa da SPMar, concessionária responsável pela construção do Trecho Leste do Rodoanel Mário Covas, uma comitiva de jornalistas foi convocada para acompanhar o andamento das obras do Túnel Santa Luzia, localizado na Pedreira Santa Clara, em Ribeirão Pires. A visita foi realizada na manhã de ontem e contou com a participação do diretor de engenharia da concessionária, José Alberto Bethônico, responsável por responder aos questionamentos da imprensa.
Ao contrário do que afirmou o vice-prefeito Edinaldo de Meneses, o Dedé (PPS), que havia declarado o embargo da construção, as obras seguem em ritmo contínuo, sem interrupções, conforme o cronograma pré-estabelecido. Segundo informações reveladas por Bethônico, ao menos duas explosões são realizadas diariamente com o objetivo de retirar camadas de pedra do percurso do túnel. “As obras adentram a pedra uns sete metros por dia. Até agora já escavamos mais de 300 metros e continuaremos avançando. Recebemos algumas notificações da Prefeitura, mas nada que impedisse a obra”, comentou o engenheiro.
A visita serviu para mostrar detalhes técnicos da etapa de construção do túnel. “Nosso planejamento visa realizar o mínimo de impacto possível. A opção de se fazer dois túneis de 1.080 metros cada, embora seja mais caro e demande mais tempo, evitou o desmatamento de 450 mil m² de área de mata”, destacou Alberto Bethônico.
Questionado sobre as reclamações de moradores quanto a detonações de explosivos durante a madrugada e a não utilização de sirenes de alerta antes das explosões, o diretor responsável reconheceu a falha por parte da empresa, no entanto, justificou-se: “A licença que possuímos não previa qualquer restrição quanto ao uso e horários. Depois que a Prefeitura nos notificou, informando que havia uma lei municipal que impedia o uso de explosivo na madrugada paramos imediatamente, agora só usamos o recurso entre as 6h e às 22h”, acrescentou.
A pedido da CETESB (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental), a SPMar fará obras de recuperação de uma área próxima a entrada do Túnel Santa Luzia. O local é composto de um paredão de rocha, terra e vegetação que vem sofrendo com os efeitos da erosão. A concessionária informa que fará uma recomposição vegetal no local após obras de contenção estrutural.
Embora tivesse a maioria das respostas na ponta da língua, José Alberto Bethônico não justificou a contento o destino da água proveniente de veios encontrados no decurso da obra. O engenheiro apenas afirmou que todo o curso de água será desviado para depois encontrar o entroncamento natural. Não houve explicação precisa quanto a contaminação da água, e a única alternativa apresentada foi uma espécie de estação de tratamento de água instalada na localidade.