Oferecer às crianças alimentos saudáveis e incentivar a prática de brincadeiras, esportes e atividades físicas ajudam na prevenção da obesidade infantil
Foi-se o tempo em que criança gordinha era sinônimo de saúde. Atualmente, a obesidade infantil é preocupação para pais e médicos e é um dos maiores problemas de saúde pública a ser enfrentado.
Pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), em parceria com o Ministério da Saúde, mostra que uma em cada três crianças brasileiras com idade entre cinco e nove anos está acima do peso recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
O que é obesidade infantil?
A OMS considera a obesidade uma epidemia mundial causada principalmente por maus hábitos alimentares e falta de atividade física. A obesidade é uma doença crônica caracterizada pelo excesso de peso e costuma ser causada pela associação de fatores genéticos, ambientais e comportamentais.
Quais são as causas da obesidade infantil?
Diversos fatores podem contribuir para o desenvolvimento da obesidade infantil. A nutricionista Viviane de Castro Teixeira Alvarenga explica que a causa da doença é multifatorial. “A obesidade infantil está associada à uma combinação de fatores de exposição das crianças a um ambiente obesogênico (que favorece comportamentos relacionados à ingestão de alimentos densamente calóricos e sedentarismo), comportamentos inadequados e respostas biológicas a esse ambiente. Muitas crianças hoje estão crescendo em ambientes que incentivam o aumento de peso e a obesidade”, afirma.
Com a globalização, a urbanização, o aumento da renda, a adoção de modos de vida mais sedentários, a exposição ao ambiente obesogênico é aumentada em todos os grupos socioeconômicos. Segundo a OMS, o aumento da obesidade infantil decorre da alteração na disponibilidade e tipo de alimento consumido, associada a um declínio na atividade física da criança, que resulta em desequilíbrio energético.
Como consequência desse aumento, são observadas repercussões importantes como o desenvolvimento precoce de doenças crônicas como resistência à insulina, diabetes, hipertensão, doenças cardiovasculares, distúrbios psicológicos e obesidade na vida adulta.
De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), 1,9 bilhão de pessoas estão acima do peso e 600 milhões são obesas. Para enfrentar essa situação, que permeia toda a população em todas as idades, em 2017 o governo brasileiro assumiu como compromisso atingir três metas para reduzir a obesidade.
A primeira delas é deter o crescimento da obesidade na população adulta até 2019, por meio de políticas intersetoriais de saúde e segurança alimentar e nutricional. A segunda pretende reduzir o consumo regular de refrigerante e suco artificial em pelo menos 30% na população adulta, até 2019. A última objetiva ampliar em, no mínimo, 17,8% o percentual de adultos que consomem frutas e hortaliças regularmente, até 2019.