O que a população pensa sobre o futuro da Fábrica de Sal?

Por Graziela Nunes e Lívia Biazi

Um shopping ou a preservação de um patrimônio histórico? Essa discussão tem dividido opiniões pela cidade mas até agora há uma grande parte da população que ainda não se manifestou a respeito. Sendo assim, a equipe de reportagem do Mais Notícias esteve nas ruas para ouvir a opinião das pessoas a respeito do Projeto de Lei 004/2016 da Prefeitura, que visa conceder por 99 anos para a iniciativa privada a área onde está localizada a antiga Fábrica de Sal para a construção de um shopping center.

O caso, diga-se de passagem, vem ganhando repercussão nacional e a proposta, que ainda está em trâmite na Câmara dos Vereadores, conta com a resistência de diversos grupos, formados por diversos entes da sociedade civil, como professores, estudantes e artistas, entre outros. Atualmente, o prédio é alvo de um processo de tombamento junto ao Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico).

No Legislativo, as opiniões divergem. Mas qual a opinião da população em geral, aquela que ainda não participou ativamente das discussões? Enquete realizada na região central mostra que, além do assunto carecer de mais discussão, a Fábrica de Sal não é vista como o local ideal.

Parte dos entrevistados refuta um novo centro comercial, alegando que Ribeirão Pires já possui dois: Duaik e Garden. “Não faz sentido construir um novo shopping sendo que a cidade já tem dois”, afirmou Maria Aparecida de Souza, 53, residente na Estância Noblesse, que teve sua opinião endossada pela amiga Maria José Monteiro, 54, da Vila São João (Rio Grande da Serra). Porém para a moradora Patrícia dos Santos, 30, do Recanto Suísso, faltam opções na cidade: “Nós precisamos é de mais opções de lojas, sim, pois toda vez que temos que fazer nossas compras, vamos para as cidades vizinhas”, destacou.

No lugar de um shopping, há quem defenda investimentos em educação, é o caso de Elenita Silva, 50, que mora na Quarta Divisão: “Não precisamos de mais shoppings, mas sim de Universidade e Senai, pois temos pouco acesso a este tipo de ensino aqui na cidade”, opinião essa igual a de Rosemary Ferreira da Cruz, 27, moradora do Recanto Suísso. Saúde também é lembrada pela população, sendo outro questionamento de munícipes. “O que Ribeirão precisa é de remédio e médicos na UPA, não de mais comércios”, disse Alaíde Pereira, 44, do Barro Branco.

Por outro lado, há quem aprove a ideia da construção do novo empreendimento, entretanto não onde o projeto da Prefeitura prevê. É o caso de Ricardo Ferreira de Paula, 39, residente do Jardim Caçula, que, aliás, sugeriu outro lugar para o centro comercial: “O melhor lugar para essa construção seria na antiga Ripivel, porque o terreno é particular e também não atrapalharia o trânsito da Avenida Humberto de Campos”. Por fim, a moradora de Ouro Fino Luciana Ferreira, 44, defende uma harmonia entre o antigo e o novo: “em vez de levar ao chão, poderia-se usar a própria estrutura, com cinema e praça de alimentação, formando um lugar que gere empregos e diversão para todos”.

A Câmara tem ainda 15 dias (ou duas sessões) para apreciar e votar a proposta. Se aprovada, a Prefeitura lançará um edital de licitação para eleger a empresa responsável pela construção do shopping.

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