Não sou o primeiro a afirmar que bar é cultura, mas claro que não é qualquer bar, falo aqui de bares onde a frequência é diversificada, onde se discute de tudo, mas principalmente política e futebol. É ali que o observador mais atento, baseado nas conversas das diversas rodas, em dias e horários variados, pode fazer verdadeiras pesquisas de opinião sem perguntar nada, só ouvindo e participando das conversas. Desse modo, tenho ouvido de eleitores da Marina, que teve 15.000 votos em Ribeirão contra mais ou menos 25.000 de Serra e Dilma, declararem seu voto a Serra. “Não gosto do Serra mas na Dilma não voto”, declarou um microempresário. Não observei nem um voto da Marina migrar para Dilma, e se essa tendência se confirmar Brasil afora, será muito difícil o tucano perder esta eleição.
Outro fato que notamo nas ruas, é o grande número de carros de som da candidata petista, prova de que os esforços estão sendo intensificados na campanha do segundo turno. Os resultados das pesquisas divulgadas mostram uma vertente ascendente do tucano contra uma queda nas intenções de voto na petista. Porém, os partidos em questão têm pesquisas próprias, mais confiáveis, e que dão aos marqueteiros uma dimensão mais exata das áreas onde os candidatos estão tendo um melhor ou pior desempenho e concentram seus esforços em suprir com material e pessoal essas áreas, tentando cada qual trazer o voto desse eleitor para seu candidato.
Mas voltando ao bar, o conhecido bom humor do brasileiro sempre se faz presente, mesmo em assuntos sérios como uma eleição para presidente, e um gaiato saiu com esta: “O PT trabalhou muito esses oito anos, precisa parar e descansar uns vinte”.
Gazeta