O poder da internet

Por Gazeta

O escritor Italiano Umberto Eco disse anos atrás que a internet deu voz aos imbecis e deve-se acrescentar também aos políticos. A internet é uma ferramenta tão poderosa que deveria ter um certo bloqueio ao seu uso como está se cogitando fazer na Rússia que concluiu, segundo indícios vazados, que determinadas ações podem pôr em risco a segurança nacional. Excesso de zelo? Não.

Comenta-se que o Brexit, consulta pública que está tirando a Inglaterra da comunidade econômica europeia, pode ter sido contaminada por ações via internet, o mesmo se aplicando as últimas eleições americanas onde o presidente eleito Donald Trump teria se beneficiado por ações tramadas contra sua adversária Hilary Clinton com a interferência de hackers russos a mando do presidente Vladimir Putin que preferia Trump a Hilary na presidência dos EUA.

Em terras tupiniquins, é inegável a influência da internet na eleição de Jair Bolsonaro que sem tempo de rádio e TV, usou as mídias sociais para fazer sua campanha e acabou vitorioso. Só que “pau que bate em Chico bate em Francisco”, e o uso indiscriminado dessas mídias pelo agora presidente já causou vários contratempos graças a suas postagens intempestivas.

O último episódio no entanto foi protagonizado pelo filho Carlos, vereador pelo Rio de Janeiro que publicamente, pela mesma internet chamo literalmente de mentiroso o Ministro-Chefe da Secretaria-Geral da Presidência, ex-presidente do PSL e um dos apoiadores de primeira-hora do presidente, o que causou grande repercussão entre os deputados e senadores do partido cuja maioria se posicionou a favor do colega Ministro, especialmente a ala militar.

O presidente parece não entender que a liturgia de seu cargo não mais permite arroubos intempestivos diante do computador (ou do celular). Para isso existe o porta voz que com aquela cara de paisagem e voz sem entonação é pago para dar boas e más notícias sem jamais alardear fofocas de bastidores sobre o relacionamento presidente/ministro como fez o ilustre rebento presidencial. Espera-se que o episódio seja superado sem maiores traumas e que os “filhos do homem” mantenham as mãozinhas a distância segura do teclado e cuidem de seus mandatos abstendo-se de interferir no andamento deste difícil início de governo.

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