O desejo da maternidade em qualquer idade

Não existe uma idade certa para quem deseja ser mãe. Segundo o IBGE o número de mulheres que engravidaram após os 40 anos, aumentou em 27% entre os anos de 1991 e 2001 e Dados da Fundação Seade, Sistema Estadual de Análise de Dados, no Estado de São Paulo, indicam que em um período de 10 anos (1995-2005), houve um aumento de 2,3% em relação ao número de filhos (nascidos vivos) de mães dos 35 aos 39 anos.

As chances de engravidar são de aproximadamente 20% por mês nas mulheres abaixo de 30 anos e 5% nas mulheres acima dos 40

Esse fator está cada vez mais comum em todas as classes sociais. Muitas mulheres ou não encontraram um parceiro com o qual pretendem construir uma família, ou então, privilegiam suas carreiras profissionais, deixando a maternidade para segundo plano. Mas, esse segundo plano nada tem a ver com a desistência da maternidade. Pelo contrário. Ao invés disso, clínicas de reprodução têm recebido uma alta demanda de pessoas que realizaram a criopreservação dos óvulos, para no futuro, poderem realizar o sonho de serem mães. Só para que fique claro, a criopreservação de óvulos é uma técnica que consiste em congelar por tempo indeterminado os gametas, antes que eles sejam prejudicados, seja por algum tratamento clínico (como os oncológicos, por exemplo) ou pela idade.

Entretanto é importante alertar estas mulheres sobre as consequências de optarem por uma maternidade tardia, já que a idade afeta a capacidade reprodutiva feminina. As chances de engravidar são de aproximadamente 20% por mês nas mulheres abaixo de 30 anos, mas de apenas 5% nas mulheres acima dos 40. Isso pode ocorrer devido às mudanças na função ovariana e alterações na liberação dos óvulos.

À medida que a mulher envelhece os óvulos passam pelo mesmo processo, o que dificulta a fertilização, que está associada a um risco maior de alterações genéticas. Como por exemplo, alterações cromossômicas, como a Síndrome de Down. Mas com o avanço da tecnologia na Medicina Fetal (que é um conjunto de ações preventivas, diagnósticas e terapêuticas que visa proteger, avaliar e assistir a saúde do feto e da mãe), os riscos da gravidez após os 35 anos estão sendo contornados. Quanto mais saudável estiver a mulher, maior a chance que os nove meses transcorram com tranquilidade e para isso, não importa a idade.

De acordo com Dr. Aléssio Calil Mathias – ginecologista e obstetra, diretor da Genics Medicina Reprodutiva e Genômica e do ICS – as mulheres precisam tomar uma série de medidas preventivas como não fumar, não beber álcool, cuidar da alimentação e não se automedicar.

“Outro passo importante é colocar a carteira de vacinação em dia. Pelo menos três meses antes de engravidar, a mulher precisa se proteger contra rubéola, sarampo, caxumba, hepatite A e B e catapora e também não podem faltar os testes de sorologia para hepatite B e C e HIV. Em mulheres acima dos 35 anos é comum os casos de hipotireoidismo, doença que merece atenção especial na gravidez”, explica Dr. Aléssio.

Agora é comprovado cientificamente que mulheres nessa faixa etária têm mais equilíbrio emocional para criar o filho. Elas adotam com maior facilidade as recomendações para fazerem atividades físicas e manterem uma alimentação controlada para evitar ou controlar problemas cardíacos, diabetes, hipertensão e colesterol alto.

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