Novo modelo de saúde de SP prevê fim da ‘ambulancioterapia’

O secretário de Estado da Saúde de São Paulo, Giovanni Guido Cerri, quer que todas as 17 regiões de saúde do Estado de São Paulo tenham serviços e equipamentos suficientes para atender a população usuária do SUS (Sistema Único de Saúde), evitando que pacientes tenham que viajar pelo Estado para serem atendidos.

A proposta é acabar com a chamada “ambulacioterapia”, expressão utilizada para definir a movimentação de pacientes por longos percursos, entre as diferentes regiões do Estado.

A regionalização da saúde pública foi o tema central tratado pelo secretário paulista durante a abertura do Seminário sobre Gestão Regional do SUS/SP, realizado na manhã desta terça-feira, 15 de fevereiro, na capital paulista, com a participação de secretários municipais de Saúde e representantes de 417 cidades.

Com o processo de regionalização, o secretário espera que os pacientes notem “melhora considerável” do serviço público de saúde em todo o Estado. Ele defendeu que as ações sejam integradas, com participação ativa dos municípios e diretores regionais de Saúde.

“É o sistema que deve dar alternativas de qualidade e próximas da residência dos pacientes. O Estado tem um número satisfatório de leitos, mas é preciso distribuí-los de forma mais homogênea”, afirmou Cerri.

Dentre as metas apresentadas, o secretário pretende melhorar a estrutura e fortalecer o papel dos 17 Departamentos Regionais de Saúde (escritórios que representam a Secretaria na região metropolitana, interior e litoral) , criar a carreira de gestor da saúde e elaborar planos regionais de saúde, para definir prioridades e aperfeiçoar a integração dos AMEs (Ambulatórios Médicos de Especialidades) com os hospitais de cada região.

Segundo Cerri, outra questão fundamental no processo é a atenção básica, representada pelas Unidades Básicas de Saúde e porta de entrada para os usuários no SUS. Ele afirmou que pretende por em prática o Plano Estadual de Fortalecimento da Atenção Básica, que vai desde melhora física das unidades, até a qualificação dos gestores.

Todo o plano deve ser discutido com conselhos e representantes municipais. O levantamento de custos e status atual, que deve definir as primeiras ações a serem tomadas, serão elaborados também de forma regional antes de serem repassados ao comando da pasta. Em Santos, uma das regiões prioritárias, a Secretaria já realizou encontros com gestores locais para discutir o tema.

“A tendência é fazermos isso nas demais regiões e agendar visitas periódicas a todas elas”, disse Cerri.

O Seminário sobre Gestão Regional do SUS/SP, que dura até o final da tarde de hoje, contou em sua abertura contará com a participação de representantes do Ministério da Saúde, Opas (Organização Pan-americana de Saúde) e dos presidentes do Cosems (Conselho de Secretários Municipais de Saúde), Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde) e Conasems (Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde), entre outras autoridades.

Compartilhe

Comente

Leia também