Passado o mês de outubro, no qual as atenções estão voltadas para o câncer de mama, agora em novembro é a vez do Novembro Azul, campanha que visa conscientizar a população masculina sobre o câncer de próstata e seu diagnóstico precoce.
Segundo estimativa do INCA (Instituto Nacional de Câncer) de 2016, o núm
ero de diagnósticos de câncer de próstata no Brasil neste ano devem ultrapassar os 61 mil. Além disso, no País, o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens (atrás apenas do câncer de pele não-melanoma).
O urologista do Hospital Ribeirão Pires, Renato Holcman, explica que não há fatores que, isoladamente, resultem no aparecimento da doença, “mas o principal fator de risco é o histórico familiar, é o primeiro fator que sempre avaliamos. O que sabemos hoje é que atividades físicas frequentes, alimentação adequada, evitar a obesidade e o tabagismo e vida sem muito estresse, sem muita ansiedade diminuem os riscos.
O problema é que este tipo de câncer é silencioso, ou seja, não apresenta sintomas. Por isso, é recomendado iniciar-se a realização dos exames preventivos aos 40 anos de idade, como o toque retal e o PSA (Antígeno Prostático Específico, em português), realizado via exame de sangue. Há ainda o ultrassom da próstata, no qual é possível detectar se há alguma alteração. “Hoje em dia já existem exames até melhores, como a ressonância magnética, mas não é feito de rotina, é reservada a quem apresenta alguma alteração nos demais exames. Nosso grande problema é a demora dos homens em realizar a prevenção, dificultando o diagnóstico da doença no estágio inicial”, comenta o médico.
Tratamento
Hoje em dia, há várias formas de se tratar o câncer de próstata. Na fase inicial, existem dois tratamentos: Prostatectomia radical (se divide em cirurgia aberta, laparoscópica ou robótica e depende do cirurgião) ou radioterapia. Já para casos avançados, só há a possibilidade de se bloquear o hormônio masculino por medicamento intravenoso ou até a retirada dos testículos, o que impede o crescimento do tumor por um tempo. “Em paralelo, pode se fazer quimioterapia, algo que cresceu muito nos últimos anos. E, quando o tumor não se espalhou, também pode se fazer rádio local que, às vezes, cura”, afirma Holcman.
Sobre uma possível campanha de conscientização por parte do hospital, o urologista afirma: “Há projeto, mas ainda não se sabe o que será feito. Nos outros anos, fizemos palestras para funcionários e pacientes, por exemplo” e fecha com pedido: “Acho importante ressaltar que existe ainda muito tabu no toque retal, mas o paciente não pode deixar de passar com o urologista.”
A secretária de Saúde e Higiene de Ribeirão, Patrícia Freitas, conta o que a Pasta prepara para este mês. “Durante todo o mês, a Secretaria e o Fundo Social de Solidariedade realizarão série de atividades para reforçar a conscientização dos munícipes sobre a importância da prevenção, como palestras em UBS’s, além da entrega de materiais informativos e divulgação de informações sobre exames e serviços disponíveis gratuitamente na rede municipal. A prevenção é sempre o melhor caminho para se manter vida saudável.”